PMDB tenta forçar adesão do PT, que vai flertando com os nanicos
07 junho 2014 às 13h39
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Todas as análises políticas feitas em volta do PMDB resultaram inúteis, uma vez que o resultado em si se mostrou o mesmo previsto em eras passadas: Iris Rezende é o candidato ao governo. Nada de Friboi. E a mesma força que colocou o líder peemedebista em seu lugar de “direito”, cometeu outro delize ao dar um ultimato ao PT do ex-prefeito de Anápolis, Antônio Gomide: tinha até o dia 8 para aceitar uma aliança, revogando, assim a candidatura de Gomide, ou o partido votaria em bloco para o fim da aliança local. Quando questionado sobre a questão, Gomide tratou o tal ultimato como um “equívoco político” e ensinou ao PMDB como fazer política. Sua fala concedida em entrevista ao Jornal Opção Online é clara: “Vão votar contra o próprio partido porque o vice [Michel Temer] é do PMDB. Isso é um equívoco, porque esse projeto entre PT e PMDB dá sustentação política aos dois partidos não só no nacional como nos Estados.”
O ultimato foi, com certeza, uma ação desesperada por parte dos peemedebistas, assim como o anúncio precoce da candidatura de Iris no fim de março para impedir a descompatibilização de Gomide em Anápolis. É bom lembrar que, dias antes do primeiro anúncio, o próprio Iris disse que não seria candidato. E, após uma ida, uma volta e um retorno de candidatura por parte de Iris, o PMDB tenta, por meio da força, inutilmente, espremer o PT contra a parede.
Para o PT, seria bom ter o PMDB na chapa — desde que não fosse na cabeça —, e os próprios petistas querem tal aliança. O prefeito de Anápolis, João Gomes, por exemplo, vê com bons olhos uma aliança com o PMDB, “por ser benéfica para o partido tanto na chapa majoritária quanto na proporcional”. Principalmente na proporcional. É certo que alguns nomes não precisam se preocupar tanto, caso de Rubens Otoni, que já tem votos certos e estrutura suficiente para se reeleger. Mas neófitos, caso de Edward Madureira, por exemplo, precisam e muito.
Ou seja, o cenário não é da forma como vem sendo desenhada nas mentes peemedebistas, até porque, como já disse o próprio Gomide, em relação a tempo de TV, por exemplo, o PT tem tempo suficiente para fazer campanha. A questão fica por conta de outros fatores (leia-se R$), ou mesmo estrutura partidária — a qual o PMDB tem mais. O que os peemedebistas não perceberam ainda é que o PT tem flertado com os “nanicos” e não com os grandes. É certo que Antônio Gomide tem conversado com vários partidos, sendo a maioria deles pequenos, como: PHS, Pros, Solidariedade, PPL, PTC e PSDC, fora PDT e PCdoB. Desses, o diálogo mais proveitoso, segundo dizem, está sendo feito com o Pros, que inclusive pode aparecer na vice — espaço que já foi oferecido ao PHS de Eduardo Machado. Isso mostra claramente que o vice de Gomide tem tudo para sair de um partido pequeno, fato que o PMDB não viu ou não quer ver.