Pintores mineiros invadem cidade para mostrar Brasil em suas telas
10 maio 2014 às 14h32
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Anápolis tem investido pesado em arte. Às vésperas da abertura do 4º Anápolis Festival de Cinema, que acontece entre os dias 18 e 25 de maio, a exposição simultânea Híbrido/Anfíbio, do pintor Nonatto Coelho, e Primeiro Plano, do carioca Raimundo Brito, é aberta ao público na Praça Bom Jesus, no Centro da cidade. A mostra irá até o dia 6 de junho.
Mineiro, radicado em Goiás, Nonatto Coelho mora em Inhumas, cidade a pouco mais de 40 km de Goiânia. O artista, como ele próprio se define, é um cidadão do mundo, visto que já expôs seus trabalhos em diversos países, muitos dos quais também já residiu, como a Alemanha. Na exposição Híbrido/Anfíbio, o pintor alerta para a fragilidade do ecossistema e do equilíbrio precário da vida no planeta. Animais são uma constante no trabalho de Nonatto, principalmente os sapos. O pintor classifica a presença do animal como a ligação inevitável entre o ser humano e a natureza.
Costumeiramente, Nonatto coloca sua obra dentro de uma temática dual, que diz respeito tanto à existência quanto à extensão da vida. Nessa dualidade, segundo ele, entram questões como: céu/terra, ar/água, quente/frio e espírito/matéria.
O intuito do pintor é induzir quem vê suas obras a uma reflexão sobre o mistério da vida. Assim, a proposição de hibridismo e “anfibiologia” marca, de modo essencial, praticamente toda sua produção no decorrer dos 30 anos em que o artista tem se dedicado exclusivamente à arte visual.
Já o pintor carioca enraizado em Belo Horizonte, Raimundo Brito, afirma que sua exposição, Primeiro Plano, foi preparada tendo como inspiração “a rebeldia dos ícones das artes visuais”. A mostra exposta em Anápolis apresenta seus mais recentes trabalhos em pintura. Essas telas foram elaboradas nos ateliês da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e retratam cenas do cotidiano do povo brasileiro. Cenas que foram captadas pelo artista durante suas viagens pelo País.
Brito mora em Minas Gerais, mas não costuma, como afirma, perder o restante do Brasil de vista. Suas pinturas são construídas — ao passo em que também homenageiam — no expressionismo, movimento artístico conhecido por representar o mundo de forma não objetiva, mas através dos sentimentos do autor. O maior objetivo do expressionismo é potencializar o impacto emocional do expectador com temas, às vezes, exagerados ou distorcidos. Assim, não há um comprometimento claro com a realidade externa, mas com a interna, representada pela força psicológica do autor. A obra mais famosa do movimento é “O Grito”, do norueguês Munch.
Dessa forma, Raimundo busca, em sua expressão, representar uma sinceridade em relação à identidade da cultura brasileira utilizando de cores fortes e puras, usando muito de verde e amarelo.