Oposição cresce e ocupa o espaço de Marconi Perillo em seu reduto eleitoral
19 março 2014 às 14h50
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“Vi da melhor maneira possível, pois qual prefeito no Brasil tem uma gestão de cinco anos com uma aprovação de mais de 90%?” Essa foi a fala do prefeito Antônio Gomide em relação a uma pesquisa divulgada na semana passada.
De fato, Gomide não pode reclamar, mesmo que tenha perdido alguns pontos nas intenções de voto entre os anapolinos. A pesquisa mostrou que o prefeito tem uma aprovação de governo de 91,4%, enquanto a avaliação da gestão do governador Marconi Perillo (PSDB) ficou em 46,5%, 1,2 ponto porcentual abaixo da desaprovação (47,7%). A situação é ainda melhor quando comparada com a avaliação do governo da presidente Dilma Rousseff (PT): 45,2% de aprovação contra 50,3% dos insatisafeitos.
Fora isso, a pesquisa trouxe pontos interessantes em relação às intenções de votos. Em um quadro com Marconi, Iris Rezende (PMDB), Ronaldo Caiado (DEM) e Júnior Friboi (PMDB) e Vanderlan Cardoso (PSB), Gomide fica com 65,4% das intenções de votos. Sem Iris na disputa, o petista sobe para 67,7%. Esse quadro já era esperado, de certa forma.
O interessante foi ver que o governador — que tem um histórico muito positivo de votações em Anápolis, o terceiro maior colégio eleitoral de Goiás —, ficar tecnicamente empatado com Iris Rezende — que tem um histórico negativo de recepção por parte do anapolino, devido a atribuição de falha com a cidade nos últimos governos peemedebistas. Na estimulada, sem Gomide, Marconi fica com 34,9% das intenções de votos contra 30,6% de Iris.
Por quê? Um empresário anapolino dá sua explicação. Segundo ele, a aliança estadual entre PT e PMDB favoreceu o crescimento de Iris. “Não acho que o anapolino veja a figura do governador Marconi Perillo de forma menos qualificada. Não é descrédito dele, mas crédito dos adversários. Fala-se muito mais de PMDB na cidade do que se falava anteriormente, devido à aliança do partido com o bem avaliado PT do prefeito Antônio Gomide. E o PMDB também tem se tornado mais ativo no município.”
O presidente do PSDB de Anápolis, professor Valto Elias, avalia que a pesquisa demonstra uma realidade momentânea, devido ao período vivido pelo governador desde o início de seu mandato e também a oscilação natural sofrida pela base por conta do crescimento da oposição. “Em 2011, o governador pegou um Estado com muita dificuldade financeira e capacidade de apresentação de resultados imediatos. Fora os problemas sofridos com a CPMI em 2012. Então, ele gastou muito tempo nisso, buscando recursos para investir e se defendendo de acusações infundadas. Mas há tempo para reverter esse quadro, pois agora o governador colocou a casa em ordem, pagou as dívidas e está inaugurando obras em todo o Estado, além de estar marcando presença em Anápolis, não só fisicamente como de governo. Mas é um quadro natural”, analisa.