Alianças de partido de esquerda tendem a definir ex-governador como nome que vai representar projeto em Goiás

Pela forma como as lideranças dos partidos de esquerda tem se comunicado, o indicativo é que o ex-governador José Eliton (PSB) seja o candidato ao governo do estado na aliança entre PSB, PT, PV e PCdoB. Algumas características do político influenciam nesta tomada de decisão, mas a principal delas é que ele consegue alcançar eleitores que estão fora do espectro da esquerda, o que amplia as chances de obterem melhor resultado nas eleições. 

O importante para o PT – ao menos como foi apontado pelas lideranças estaduais –  sempre foi garantir palanque para Luiz Inácio Lula da Silva em Goiás. Para tanto, colocaram no jogo político o nome do ex-reitor da PUC, Wolmir Amado (PT). Um homem muito bem articulado, conhecedor das demandas do estado e com boas propostas, entretanto, sem não possui experiência eleitoral. O petista nunca se candidatou antes, não conhece seu potencial eleitoral, mas demonstrou disposição em representar o projeto da esquerda. No partido há quem ainda insista em sua candidatura para o governo do Estado. Mas atualmente há uma opção mais viável.

A partir da filiação de José Eliton ao PSB e com o trabalho que deve unir o partido ao PT, PV e PCdoB, o ex-governador se tornou a melhor opção para encabeçar essa chapa. Na última semana, em entrevista a Rádio Sagres, a  presidente do PCdoB no estado, Isaura Lemos, afirmou que a decisão pelo nome que disputará o governo de Goiás ainda não foi tomada, mas que a sigla vê o nome de José Eliton como uma possibilidade de “ampliar o diálogo para outros setores”. 

O sentimento de Isaura Lemos reflete o que pensa uma ala do PT, do PV e do próprio PSB. José Eliton já foi governador e disputou uma eleição para o governo do estado, quando conquistou 13º dos votos, no primeiro turno. A experiência deu ao ex-governador traquejo político que falta a Wolmir Amado. Deu também a capacidade de negociação por apoios.

Essa experiência, como bem apontado por Isaura Lemos, permite que José Eliton tenha uma capacidade eleitoral para além dos votos da esquerda em Goiás. Seu perfil tem a capacidade de atrair votos de segmentos que não são ligados aos movimentos de esquerda. 

As lideranças locais devem se reunir nos próximos dias com a coordenação que comanda a federação formada por PT, PCdoB e PV no âmbito nacional. A ideia é confirmar o nome de José Eliton coo o cabeça de chapa do grupo e assim começar a estruturar as propostas e estratégias, para que em agosto, quando a campanha começa de fato, estejam com as principais definições já encaminhadas. 

Além de conseguir votos que estão fora do espectro da esquerda goiana, José Eliton é um nome que consegue atrair e representar os votos desse grupo. Seu nome não encontra barreiras no PT ou partidos aliados.  O governadoriável é um dos goianos que tenta construir de uma frente ampla em favor de Goiás e do Brasil que, de acordo com o novo socialista, está avançando ao lado do PT, PCdoB e do PV. Os partidos alegam que estão em busca da defesa pela democracia, pelo desenvolvimento social e pela reconstrução também no Estado.

José Eliton consegue ser o nome da esquerda em Goiás A última pesquisa Serpes, feita ainda em janeiro deste ano, apontou que o ex-presidente Lula tinha 40% das intenções de votos no estado. Naquele momento ele liderava a disputa para presidente entre os eleitores os goianos. Mesmo assim, com o afunilamento das articulações, as lideranças partidárias não demonstraram interesse em se tornar representante do projeto de Lula, em Goias. O ex-governador pode lucrar politicamente ao ser o nome que dará palanque ao PT nacional. 

O PT goiano, claro, sempre apontou que teria um palanque para Lula no estado, mas todos seus membros se mostraram abertos a alianças que pudessem, inclusive, ter a cabeça de chapa. Defender o nome de José Eliton para ser o candidato que vai encabeçar a chapa que representa Lula em Goiás dá mais solidez para o projeto. O ex-governador tem uma boa relação com Geraldo Alckmin, que como ele, deixou o PSDB para se filiar ao PSB e ocupará a vice de Lula. Isso já lhe garante um bom trânsito pela aliança que se desenha.

Os votos da esquerda, que até pouco tempo parecia desprezado pelos projetos regionais, agora já encontram uma direção, que mais do que garantir esse eleitorado, já buscam estratégias para extrapolar, e arrancar votos de adversários que estão mais a direita.