Na contagem regressiva, faltam menos de 50 dias para as eleições de 2 de outubro. O eleitor já sente mais intensamente a campanha eleitoral. O fim das convenções partidárias e o início do registro das candidaturas criam esse clima e clareia o cenário político para este ano.

Em Goiás a disputa ao governo tem confirmadas a participação de nove nomes. São eles:

  • Cíntia Dias: candidata da federação Rede Sustentabilidade e PSOL;
  • Edigar Diniz: o candidato do partido Novo;
  • Gustavo Mendanha: nome escolhido pelo Patriota para disputa;
  • Professora Helga: candidata a governadora de Goiás pelo PCB;
  • Professor Pantaleão: representante do partido Unidade Popular (UP);
  • Ronaldo Caiado: busca a reeleição pelo União Brasil (UB);
  • Vinícius Gomes: nome do PCO na disputa;
  • Vitor Hugo: escolhido pelo Partido Liberal (PL);
  • Wolmir Amado: candidato da federação formada pelo PT e PC do B e PV.

O cenário está bem representado. Eleitores possuem opção em todos os espectros partidários –  de uma extrema a outra. Mas as pesquisas já demonstram uma definição do eleitorado para a disputa ao governo. Embora a campanha, efetivamente dita, não tenha começado, as escolhas tendem a se confirmar com o começo da propaganda na TV, Rádio, Internet e rua. 

De acordo com a pesquisa do Diário de Goiás/Diagnóstico, o governador Ronaldo Caiado (UB) lidera as pesquisas eleitorais com 47,6% das intenções de voto. O que seria suficiente para o candidato do União Brasil ser reeleito ainda no primeiro turno, tendo mais de 50% dos votos válidos. Na sequência, Gustavo Mendanha (Patriota) aparece com 26% do percentual e Major Vitor Hugo (PL) tem 5,9%. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais. Brancos, nulos e entrevistados que responderam “nenhum” somam 8,8%, enquanto os que não souberam ou que não opinaram bateram a casa dos 7,7%.

Desde o início da pré-campanha os números das pesquisas demonstravam que a o quadro se desenvolvia para o segundo turno somente com a presença do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) na disputa. Ele bem que tentou. Articulou, buscou apoios, flertou com o PT e outros partidos mais a direita, mas por fim se decidiu por concorrer ao Senado. Essa definição do tucano permitiu que o governador Ronaldo Caiado passasse a liderar a disputa com reais chances de encerrar o pleito no primeiro turno.

O que se configura na pesquisa Diagnóstico é que o voto que era dedicado a Marconi Perillo não migrou inteiramente para os opositores de Caiado. Pelo contrário, acabaram por favorecer o governador. 

Já se percebe o tom que os adversários devem adotar no começo da campanha. Estrategicamente Major Vitor Hugo deve mirar Gustavo Mendanha, que precisará defender seu eleitorado das investidas do adversário. Essa disputa entre segundo e terceiro lugar acabará por minimizar os esforços em retirar votos de Caiado e assim levar a disputa para o segundo turno.

O eleitorado de Major Vitor Hugo e Gustavo Mendanha são parecidos. São eleitores que demonstram rejeição a gestão de Ronaldo Caiado e que possuem algum alinhamento com a extrema-direita, ou, para ser mais certeiro, com bolsonarismo. A briga por essa parcela de votos tende a se concentrar, ao menos no começo da campanha –  diga-se de passagem será bem curta, apenas 45 dias. 

Gustavo Mendanha, que em 2020 elegeu-se prefeito pelo MDB, com uma ampla coligação que reunia partidos de centro e da esquerda, como o PL, PT e PDT, tenta associar sua imagem à do presidente. Já declarou voto em Bolsonaro, defende a política armamentista e criticou o “lockdown” na pandemia. O candidato oficial de Bolsonaro ao governo de Goiás, entretanto, é Major Vítor Hugo. Quando o nome do aliado foi confirmado na convenção estadual do PL, realizada no dia 29 de julho, Bolsonaro foi a Goiânia, participou de uma motociata com Vítor Hugo e reafirmou que ele é seu único candidato no Estado.

A tensão entre Major Vitor Hugo e Gustavo Mendanha já ocorre há alguns meses. O Motivo é a disputa pelo eleitorado bolsonarista que se recursa em votar em Ronaldo Caiado. Mendanha tentou se filiar ao PL para ser candidato a governador com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, que, por sua vez, escolheu Major Vitor Hugo. Mesmo assim, há nomes importantes do partido, como a deputada federal Magda Mogatto, do ex-presidente da legenda Flávio Canedo e também o deputado estadual Claudio Meirelles, que estão na campanha em torno do governadoriável do Patriota.

Esse é o tom da briga pelo segundo lugar. E ela pode se agravar ainda mais quando começar a campanha na TV, no próximo dia 16 de agosto. Confirmando a disputa pelo segundo lugar, Caiado pode ser estrategista e avançar na preferência dos votos e encerrar a eleição ainda no primeiro turno.