Revolução de 1930: a primeira participação de Roberto Marinho na derrubada de um presidente

24 outubro 2023 às 16h27

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Já ouviu falar na frase “estar no lugar certo e na hora certa”? Pois Roberto Marinho estava no lugar certo e na hora certa. A chegada dos revolucionários ao Rio de Janeiro em 24 de outubro de 1930 provocou o maior rebuliço no Rio de Janeiro. O presidente Washington Luiz não queria deixar o poder e se trancou no Palácio Guanabara. Foi preciso o arcebispo dom Sebastião Leme ir até lá e persuadir o presidente deposto e se entregar. Ouvindo a autoridade eclesiástica, Washington Luiz saiu do palácio para ser conduzido ao Forte de Copacabana, onde ficaria preso até seguir para o exílio nos Estados Unidos.
Roberto Marinho estava na porta do Guanabara esperando a saída do último presidente da República Velha. Na época, ele era fotógrafo do jornal “O Globo” e queria um registro fotográfico daquele momento histórico. O carro que conduziria Washington Luiz estava na porta do Palácio. Para dar tempo de tirar a foto, Roberto Marinho teve uma ideia: colocar galhos de árvores na frente do carro para retardar a saída e ele fazer a última foto do presidente deposto.

Enquanto os soldados tiravam os galhos da frente do carro, Marinho fez a foto que foi publicada na 3ª edição de “O Globo” daquele dia tão agitado da República. Era a última foto de Washington Luiz na Presidência da República. Era a última foto de Roberto Marinho como espectador da queda de um presidente. Depois disso, o jornalista e empresário participaria ativamente da ascensão e queda de outros chefes de Estado.
Roberto Marinho poderia ter se tornado político, como Assis Chateaubriand. Mas descobriu, bem cedo, que, com seu poder na área de comunicação, não precisava de mandato para mandar na política nacional. Ele era quase um presidente informal do Brasil. Consta que alguns presidentes da República o consultavam na hora de definir o ministro das Comunicações.