Pela segunda vez, o mundo inteiro entrava em guerra: nazistas versus Aliados
11 dezembro 2023 às 08h49
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A manchete da edição vespertina do jornal “O Globo” de 11 de dezembro de 1941 até hoje assusta quem a lê: “É o mundo inteiro na guerra”.
Era a segunda vez que o mundo inteiro estava em guerra. Naquele dia, Alemanha, Itália e Japão, as potências do Eixo, declaravam guerra aos Estados Unidos. Dias antes, os norte-americanos foram alvos de um ataque japonês em sua base militar em Pearl Harbor. O presidente Franklin Roosevelt pediu autorização ao Congresso dos Estados Unidos para entrar na guerra, o que fora concedido (pouco antes, o Congresso impedia a entrada dos EUA na guerra e fazia tudo para prejudicar a ajuda à Inglaterra). O conflito alcançava o mundo inteiro.
Com os norte-americanos oficialmente na guerra, os Aliados ganharam um apoio de peso. Winston Churchill, primeiro-ministro inglês, deve ter fumado uma caixa de charutos e bebido pelo menos uma garrafa de uísque escocês para comemorar. A sua Londres era atacada por aviões alemães. Com a chegada do dinheiro e das armas dos Estados Unidos era possível pensar em uma estratégia para contra-atacar o nazifascismo na Europa. Acrescente-se que, quando Adolf Hitler mandou invadir a União Soviética, também em 1941, atraiu mais um inimigo para a batalha. Há quem postule que o ocaso do nazismo tenha começado na União Soviética, não apenas em Stalingrado.
O embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Carlos Martins Pereira e Souza, enviou uma nota reforçando o apoio do governo aos norte-americanos após a declaração de guerra do Eixo. Outros países latinos fizeram o mesmo. O ano de 1941 terminava com a Segunda Guerra espalhada pelo mundo. Até hoje dá um frio na barriga só de ler uma manchete igual a que saiu na edição vespertina do Globo.