Paulo VI, o primeiro papa a visitar a Terra Santa
05 janeiro 2024 às 12h02
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“Um papa itinerante! — é a exclamação de toda imprensa europeia, que de repente descobre ser Paulo VI tão ou mais revolucionário, em sua ação política, quanto o seu ilustre antecessor. Nos últimos tempos, os sumos pontífices praticamente limitavam suas vidas entre dois polos, a uma distância relativamente curta: o Vaticano, no coração de Roma, e Castel Gandolfo, no Monte Albano, onde tem a sua residência de verão. A notícia é realmente extraordinária. E não só por esse motivo. Pela primeira vez, um papa viaja de avião. Pela primeira vez, um papa visita um país que não mantém relações diplomáticas com o Vaticano. E, ainda, pela primeira vez, em quase dois mil anos, um papa visita os lugares cujo solo guardou as marcas das sandálias de Jesus Cristo e de Pedro, o pescador, que fundaria em Roma a Igreja Católica.” Revista “Manchete”, edição 0611 de 4 de janeiro de 1964.
Em 1964, a Igreja vivia o Concílio Vaticano II. O Papa Paulo VI continuou os trabalhos conciliares iniciados pelo seu antecessor João XXIII. No começo de dezembro do ano anterior, o papa anunciou que faria uma visita à Terra Santa. Praticamente um mês depois, em 5 de janeiro de 1964, Paulo VI desembarcava na terra onde tudo começou. Ele foi o primeiro papa a pisar aquele solo sagrado.
Foi uma viagem histórica. O Papa se encontrou com Atenágoras I, o patriarca de Constantinopla, com quem rezou o Pai Nosso em latim e grego. Paulo VI visitou Jerusalém e Nazaré, passando pelos locais onde Jesus iniciou seu ministério e confiou aos seus discípulos a missão de evangelizar o mundo. Era uma volta às origens do Cristianismo no momento que a Igreja vivia o Concílio Vaticano II.
Exceto João Paulo I que só ficou 33 dias como papa, os sucessores de Paulo VI (João Paulo II, Bento XVI e Francisco) fizeram visitas oficiais à Terra Santa.