Olavo Bilac: o poeta e o defensor do serviço militar obrigatório
16 dezembro 2024 às 14h00
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O poeta Olavo Bilac tinha um amigo que estava vendendo uma fazenda, mas não encontrava comprador. Então, ele teve uma ideia: colocar um anúncio bem caprichado no jornal para atrair a atenção de algum comprador. O amigo pediu para o poeta escrever o texto do anúncio. Bilac exaltou as belezas da propriedade, o quão bom era aquele lugar. Tempos depois, Bilac encontrou o amigo e perguntou se a venda foi concluída. “Poeta, você escreveu tão bem aquele anunciou, falou de tantas belezas daquele lugar que eu fiquei com dó de vender”
Bilac nasceu em 16 de dezembro de 1865, no Rio de Janeiro. Foi jornalista e poeta parnasiano. Atuou também na política, militando no movimento republicano. Olavo Bilac era nacionalista ardoroso e grande defensor do serviço militar obrigatório. Ele escreveu a letra do Hino à Bandeira. Tal qual muitos republicanos, Bilac se desencantou com os primeiros governos pós-1889. Ele fez oposição ferrenha ao segundo presidente da República, Marechal Floriano Peixoto.
Os modernistas de 1922 criticaram a poesia parnasiana de Olavo Bilac, mas suas poesias são belas.
Via Láctea
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…
E conversamos toda a noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.