E lá vamos nós para o terceiro governo da ditadura civil militar. O presidente Emílio Garrastazu Médici e o vice Augusto Rademaker foram eleitos pelo Colégio Eleitoral em 25 de outubro de 1969. Era a primeira vez desde 1964 que a Presidência e a Vice-Presidência eram ocupadas por militares: um general e um almirante. O povo não podia escolher seu presidente. Os militares enfrentavam a guerrilha da esquerda armada. Médici foi duro no combate principalmente no Araguaia.

Na economia, o Brasil ia muito bem. O PIB crescia 10% ao ano. O tempo do Médici era o das propagandas nacionalistas como a “Ninguém segura esse país” ou “Brasil: ame-o ou deixe-o”. No social, o povo ia muito mal com a desigualdade crescente e o bolo prometido pelo ministro Delfim Netto demorando a ser cortado e repartido. Já no futebol, só alegrias! Em 1970, a seleção brasileira foi ao México participar da Copa do Mundo. Voltou de lá fazendo história com um futebol bonito e, na bagagem, a taça Julies Rimet.

Por falar em futebol, Médici queria intrometer na seleção brasileira que, na época, era comandada por João Saldanha. Admirador de Dadá Maravilha, o presidente ditador queria vê-lo no esquete que se preparava para o Mundial no México. Quem era Médici para mexer nas “Feras do Saldanha”? Eis que o técnico respondeu as investidas do Planalto: “Eu não escalo os ministros e o presidente não escala jogador”. Saldanha foi demitido. Numa ditadura, o presidente escala ministros e jogadores, sim senhor!