No passado, os militares tiveram grande participação na política. Foram eles que proclamaram a República. Os dois primeiros presidentes eram militares. Essa participação política foi por meio de revolta, de golpe (ou revolução, como eles gostam de dizer), pelo voto popular.

O Brigadeiro Eduardo Gomes, nascido em 20 de setembro de 1896, foi um desses militares que participaram ativamente da política brasileira. Ele fez parte do movimento Tenentista e foi um dos sobreviventes da Revolta do Forte de Copacabana em 1922. Eduardo Gomes foi um dos jovens oficiais que saíram do Forte e caminharam pela Praia de Copacabana para derrubar a República Velha. No confronto com as tropas do governo, feriu-se gravemente. Participou da Revolução Paulista em 1924 e só não saiu junto com a Coluna Prestes porque foi preso.

Eduardo Gomes apoiou Getúlio Vargas na Revolução de 1930, atuou na criação do Correio Aéreo Militar e em 1941, com a formação do Ministério da Aeronáutica, foi promovido a Brigadeiro. Com o fim da ditadura do Estado Novo, Eduardo Gomes foi candidato à Presidência em 1945 pela UDN, mas perdeu para o também militar Eurico Gaspar Dutra. Novamente candidato em 1950, perdeu a eleição para Vargas. O slogan “vote no Brigadeiro, ele é bonito, ele é solteiro” não deu certo. Os suspiros apaixonados das senhoritas não se transformaram em votos. Aliás, algumas delas fizeram campanha pelo udenista e inventaram um doce para ser servido nas reuniões eleitorais. Se Eduardo Gomes perdeu as eleições presidenciais que disputou, o doce feito em sua homenagem ficou eternizado. O brigadeiro é uma iguaria apreciada até hoje.

O Brigadeiro foi Ministro da Aeronáutica dos governos Café Filho e Castelo Branco. A Panair do Brasil, a primeira empresa aérea brasileira, foi fechada em 1965 durante sua gestão no ministério. Ele morreu no Rio de Janeiro em 13 de junho de 1981. Seu nome batiza, além do doce, o Parque do Flamengo e o Aeroporto Internacional de Manaus. A Aeronáutica o nomeou seu patrono.