Hoje é o Dia do Advogado. A data recorda a criação dos primeiros cursos jurídicos no Brasil em 1827. Vamos recordar a atuação de Heráclito Sobral Pinto. Ele foi advogado e defendeu os presos políticos em duas ditaduras: a do Estado Novo (1937-1945) e a militar (1964-1985).

Durante a ditadura varguista, Sobral Pinto defendeu Luiz Carlos Prestes. Um católico conservador defendendo um comunista. Para Sobral, o mais importante era o cumprimento da Justiça, a defesa do Estado Democrático de Direito.

Na ditadura civil-militar, Sobral Pinto defendeu presos políticos e o presidente Juscelino Kubitschek.

Sobral Pinto era apoiador da UDN. Em 1955, os udenistas queriam cassar a candidatura de Juscelino Kubitschek para as eleições presidenciais daquele ano. O advogado foi contra o seu partido e defendeu a escolha de Kubitschek se candidatar.

Já eleito, Juscelino Kubitschek ofereceu uma vaga do STF para Sobral Pinto, que foi logo negada. O advogado se justificou dizendo que fez o que fez porque defendia a liberdade do PSD escolher o seu próprio candidato.

Durante a campanha pelas Diretas Já, Sobral Pinto participou do gigantesco comício na Candelária, no Rio de Janeiro. Já com a idade avançada, cabelos brancos, ele cobrava a defesa da democracia com a força e o ânimo de um jovem.

Em 2013, foi lançado o documentário “Sobral, o homem que não tinha preço”, que conta a vida desse advogado que defendeu os direitos humanos no Brasil em tempos tão difíceis.