Carlos Drummond de Andrade escreveu sobre Cora Coralina em sua coluna no “Jornal do Brasil”, em 1980. O poeta de Minas apresentava a poetisa de Goiás para o país. “Cora Coralina, para mim a pessoa mais importante de Goiás. Mais do que o governador, as excelências parlamentares, os homens ricos e influentes do Estado. Entretanto, uma velhinha sem posses, rica apenas de sua poesia, de sua invenção e identificada com a vida como é, por exemplo, uma estrada.”

Cora Coralina e Drummond de Andrade | Foto: Reprodução

Drummond mudou a rotina de Cora. A imprensa nacional correu para a Cidade de Goiás, para aquela casa construída bem na beirada do Rio Vermelho. Quem era aquela doceira que escrevia poesias e que encantou Drummond? A partir daquele momento já não dava mais para ir à antiga capital de Goiás sem passar pela velha casa da ponte. Como é que ninguém teve a ideia de levar Drummond para Goiás ou Cora para o Rio de Janeiro e registrar o encontro dos dois velhos poetas? Não sei se os dois se encontraram pessoalmente, mas que daria uma boa foto os poetas sentados, falando de poesia, rindo que nem criança, isso é verdade. Imagino Drummond comendo um doce feito por Cora. O doce gauche.

Cora Coralina morreu em 10 de abril de 1985, aos 95 anos, em Goiânia. Drummond viveria ainda mais dois anos.

Leia o texto de Drummond de Andrade sobre Cora Coralina