Jânio Quadros assumiu a Prefeitura de São Paulo em 1986… derrotando FHC e Chico Buarque

26 janeiro 2024 às 10h19

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“Dormia nossa pátria mãe tão distraída
Na madrugada em que foi traída
Pela renúncia de um fujão”
O trecho acima é a letra do jingle que Chico Buarque compôs para a campanha de Fernando Henrique Cardoso para a Prefeitura de São Paulo em 1985. Quem era o fujão que renunciou e traiu a pátria mãe tão distraída? Jânio da Silva Quadros. Ele foi eleito presidente da República em 1960, mas renunciou sete meses depois alegando forças terríveis. Apesar do samba legal do Chico Buarque, o fujão traidor derrotou FHC e foi eleito prefeito de São Paulo.
Antes de ser presidente, Jânio foi vereador, deputado, prefeito e governador de São Paulo. Paulistas e paulistanos foram governados por ele. Jânio andava no meio do povo com cabelo bagunçado, terno revirado e caspa nos ombros. A vassoura, símbolo da sua campanha, poderia agir no seu próprio candidato varrendo a sujeira do paletó. Seu jeitão desengonçado deve ter ganhado o coração do eleitorado já que chegou à Presidência com votação expressiva e derrotou o candidato do Chico Buarque.
Como presidente, Jânio decretou medidas moralistas como a proibição da briga de galo e do uso de biquínis. Quando era prefeito da capital paulista, ele visitava as repartições públicas verificando o cumprimento do horário dos servidores. A UDN estava tão desesperada em chegar ao poder e tão ressentida por ter perdido três eleições presidenciais seguidas que resolveu apoiar a candidatura de Jânio Quadros. Como bem disso Afonso Arinos, ele foi a UDN de porre no governo. Aquela renúncia custou muito caro para o Brasil.