Se Assis Chateaubriand é o pioneiro da televisão, Edgard Roquette Pinto deu o pontapé inicial no rádio. Nascido em 25 de setembro de 1884, Roquette Pinto ficou entusiasmado com a primeira transmissão radiofônica ocorrida no alto do Morro do Corcovado, no Rio de Janeiro, em 1922, durante as comemorações do centenário da nossa independência. No ano seguinte, ele criou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro para colaborar na educação do Brasil.

Roquete Pinto formou-se médico pela Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Além do rádio, ele atuou em outras áreas. Participou da Missão Rondon em 1912; foi diretor do Museu Nacional da UFRJ organizando a maior coleção de filmes científicos do Brasil. Em 1932, criou o Instituto Nacional do Cinema Educativo, cujo objetivo era divulgar e valorizar os filmes nacionais. Roquette Pinto além de inovador, tinha consciência da importância da educação para a sociedade.

Ele ingressou na Academia Brasileira de Letras em 1927, ocupando a cadeira número 17 sucedendo Osório Duque Estrada.

Durante a ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas, Roquete Pinto comprou uma briga com o governo e saiu vitorioso. A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro seria incorporada ao Departamento de Imprensa e Propaganda, órgão de censura do governo varguista, mas ele insistiu para que a rádio fizesse parte do Ministério da Educação e Saúde. Seu pedido foi aceito e assim a Rádio Sociedade se transformou na Rádio Ministério da Educação, atual Rádio MEC.

Por vários anos, o rádio se tornou companheiro de vida dos brasileiros. Aquela caixinha com alto falante noticiava os acontecimentos no país, trazia músicas de alegravam o dia e faziam os fãs sonharem com Cauby Peixoto, Emilinha Borba e outras realezas do rádio brasileiro.

Enquanto Assis Chateaubriand expandia sua TV Tupi, Roquete Pinto recebeu de Getúlio Vargas em 1952 a concessão de uma emissora de televisão. Seria a TV Educativa. Porém, esse projeto nunca sairia do papel apesar da aprovação da Câmara Municipal do Rio de Janeiro para o financiamento dos equipamentos que viriam de Nova York para este novo empreendimento. Esses equipamentos nunca chegaram e Roquete Pinto perdeu o empréstimo. Ele morreria amargurado no dia 18 de outubro de 1954.

Em sua homenagem, o dia 25 de setembro, data do seu nascimento, ficou instituído como Dia Nacional do Rádio.