Hoje é Dia Nacional do Futebol. É uma referência ao 19 de julho de 1900, data de fundação do Sport Club Rio Grande. O time gaúcho é o mais antigo em atividade no Brasil. O futebol é uma paixão nacional e o único evento esportivo que para países e guerras. Quando é Copa do Mundo e a seleção brasileira vai jogar, as ruas ficam vazias em horário comercial. Quando o Santos de Pelé fez uma excursão na África, em 1969, uma das escalas foi na Nigéria. O país estava em guerra, que foi interrompida só para ver Pelé em campo.

O futebol é emoção. A torcida sofre, grita e chora a cada partida, a cada gol marcado, a cada gol sofrido, a cada taça erguida. Mesmo quem assiste a partida pela televisão, estando quilômetros de distância do estádio, também sofre, chora e grita. O Canal 100 registrou as arquibancadas do Maracanã e a geral cheia de gente. Ali, patrão e proletário são iguais. Nelson Rodrigues e Armando Nogueira conseguiram levar essa emoção para as páginas dos jornais e dos livros. Quando a bola rola, é o sentimento que empurra o time em campo.

Paulo Vinicius Coelho: rei das estatísticas

Paulo Vinicius Coelho: o jornalista que sabe todos os números dos jogos | Foto: Reprodução

Mas o futebol também é razão. As estatísticas estão aí para serem analisadas, para melhorar a performance do jogador em campo. Para mim, a racionalidade no futebol se chama Paulo Vinicius Coelho. Ele guarda na memória uma porção de informações, de números, de histórias que o ajudam a comentar os jogos. Lembro de uma vez que o PVC estava na cabine de transmissão da ESPN Brasil e ele viu lá de cima que as medidas do campo onde a seleção brasileira iria jogar foram reduzidas. Ele desceu da cabine foi até o gramado e viu que, de fato, as linhas do campo estavam reduzidas. Isso facilitaria o jogo do adversário. Só o olhar clínico do PVC para ver algo que os olhares apaixonados pelo futebol não viram.

O Brasil é o país que mais conquistou títulos mundiais, que tem o melhor jogador de futebol de todos os tempos, uma galeria repleta de craques, uma torcida apaixonada. Tudo bem que nos últimos anos a seleção deixou a desejar e, apesar das desconfianças, a gente não para de torcer para a seleção. O futebol une emoção e razão, ricos e pobres, todo mundo junto e misturado.