Elvis Presley na Revista do Rádio
09 dezembro 2024 às 10h22
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A Revista do Rádio circulou nas bancas do Brasil por 22 anos. Os ouvintes compravam a revista para conhecer mais a fundo os seus ídolos. Qual era a comida favorita de Cauby Peixoto? Quem era a rainha do rádio: Marlene ou Dalva de Oliveira? A Revista do Rádio também trazia as novidades musicais do mundo todo. As paradas musicais apontavam o que mais se ouvia e se vendia.
Na década de 1950, era comum tanto lá fora como aqui, os fãs ficarem alucinados correndo atrás dos seus ídolos. Não bastava mais saber detalhes dos bastidores, da vida privada de cada artista, era preciso tê-lo por perto. Cauby Peixoto foi muito assediado pelas fãs que faziam a maior algazarra na porta da Rádio Nacional, no Rio de Janeiro. Teve um dia que ele saiu da rádio dentro de um carro de polícia. A Revista do Rádio detectou este fenômeno e escreveu muito a respeito. A edição 380 de 1956 trazia um texto de Waldemir Paiva comentando a histeria em torno de Elvis Presley:
“Muito tem sido criticado no Brasil, o fato de cantores obcecarem e apaixonarem quase um auditório inteiro, num verdadeiro delírio coletivo. Disseram até que em países mais civilizados não acontecem as alucinações de mocinhas, contorcendo-se inconscientes e soltando gritos histéricos, diante do seu verdadeiro ídolo. Todavia, mais uma prova de que há injustiça nessa conclusão está em Elvis Presley, o novo fenômeno dos Estados Unidos para o mundo”.
Uma década antes da Beatlemania já existiam as fãs enlouquecidas com seus ídolos. É claro que, no começo, os artistas devem ter achado um máximo, mas, com o tempo, o berreiro cansava. Ninguém aguenta essa loucura. Um ano depois do seu estouro, Elvis foi servir o exército como as páginas da Revista do Rádio já mostravam naquela época.