Zózimo Barroso do Amaral dizia que baiano não nasce, estreia. Caetano Veloso, baiano de Santo Amaro da Purificação, é um exemplo disso.

O simples fato de Caetano Emanuel Viana Teles Veloso estacionar o carro no Leblon, no Rio de Janeiro, já é motivo para notícia no site Terra. Hoje é dia de celebrar os 81 anos de sua estreia neste país tropical chamado Brasil. Ele nasceu em Santo Amaro, na Bahia.

Desde criança, o filho de Dona Canô (Claudionor Viana Teles Veloso — viveu 105 anos, entre 1907 e 2012) já mostrava sua predileção pela música.

Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gal Costa e Gilberto Gil: o poderoso quarteto fantástico da música brasileira. Todos são da Bahia | Foto: Reprodução

Quando a irmã nasceu, Caetano Veloso a batizou como Maria Bethânia, nome de uma música de Nelson Gonçalves.

Caetano e Bethânia partiram para o Rio de Janeiro e, juntamente com outros baianos, se mudaram para o famoso Solar da Fossa. A cantora era menor e, por isso, o pai só autorizou a viagem se Caetano fosse junto, como “vela”. Ela foi convidada para substituir Nara Leão e, embora mais jovem que o irmão, fez sucesso antes do irmão).

Troca de ideias, de versos e cifras, os novos baianos sacudiram nossa música misturando acordes, vestindo roupas coloridas, arrancando suspiros, palmas e vaias (é que tem gente que não entende o babado)

Caetano Veloso escreveu o livro “Verdades Tropicais” e recordou esses momentos de sua carreira. Os impactos de Glauber Rocha e João Gilberto em sua vida, a parceria com Gilberto Gil e o trauma da prisão depois do AI-5. Quando baiano nasce, ele estreia. E quem estreia é para causar mesmo.

A idade não é mais barreira para nossos artistas, principalmente os que surgiram nos anos 1960. Mesmo com 80 anos ou mais, eles continuam lotando ginásios e teatros, mas só Caetano Veloso é capaz de estacionar o carro no Leblon e virar notícia.