A Seleção Brasileira trouxe a Taça Jules Rimet, mas ladrões roubaram a CBF

19 dezembro 2023 às 09h57

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O jogo já estava ganho quando Pelé pegou a bola, rolou para Carlos Alberto Torres mandar um torpedo em direção ao gol. Um golaço que coroou não somente aquela final como a campanha inteira que a seleção brasileira apresentou na Copa do Mundo do México, em 1970. A partir da vitória naquela final contra a Itália, o Brasil se tornava a primeira seleção a vencer três mundiais. Como prêmio por tal façanha, o direito de levar para casa a Taça Jules Rimet original. O capitão Carlos Alberto não só teve o privilégio de ser o capital da nossa seleção como foi ele quem ergueu aquele troféu tão cobiçado e que, a partir de 1970, ficaria em definitivo no Brasil.
Durante treze anos, a Taça Jules Rimet ficou guardada na sede da CBF, no Rio de Janeiro. Naquela época, a confederação ficava na Rua Alfândega, na zona portuária carioca. No dia 19 de dezembro de 1983, assaltantes invadiram a sede da CBF e levaram a Taça Jules Rimet original. “A Taça do mundo não é mais nossa” dizia o título da matéria da revista “Manchete” noticiando essa tragédia para o futebol brasileiro. Imagine os jogadores que participaram dos três títulos recebendo tal notícia. A conquista de cada Jules Rimet representava uma história do nosso futebol, a superação da final de 1950, a exaltação dos dribles de Garrincha, da genialidade de Pelé, das defesas de Gilmar… A conquista do tri e o direito de ter a original daquela taça em nossa casa era o que Pelé chamou de “autoafirmação do futebol nacional”. Mesmo que fosse “apenas uma taça” e seu valor financeiro, ela representa as três primeiras conquistas da nossa seleção.
Os ladrões que pegaram a Taça Jules Rimet devem ter feito a festa naquele Natal de 1983. A matéria da “Manchete” informava também que a CBF não tinha mais esperança de ter a Jules Rimet de volta. A nós, só restam as lembranças das três conquistas como o chutaço de Carlos Alberto Torres que sacramentou a vitória do Brasil contra a Itália na final da Copa de 1970, o nosso tricampeonato, a Jules Rimet original. Só lembranças, o que ninguém pode roubar.