A saga do repórter Rubem Braga na Segunda Guerra Mundial

12 janeiro 2023 às 09h19

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Rubem Braga foi um dos jornalistas que saiu do Brasil em direção à Itália para acompanhar os nossos soldados que lutavam com os Aliados na Segunda Guerra Mundial e contra o nazifascismo. Em 1944, lá estava a bandeira brasileira tremulando em campos europeus.
Rubem Braga foi cobrir a guerra para o jornal “Diário Carioca”. O empresário Assis Chateaubriand dizia: “Jornalista não deve morrer, deve mandar notícia”. Lá foi o nosso cronista mandar notícias direto do front ou “A ordem do dia” como foi intitulada a sua coluna no “Diário Carioca”.
“E bom dia para todos. Esta não é e nem será a Ordem do dia de um general, nem de uma assembleia, apenas a de um pobre homem. Eis-me aqui: tagarelarei dia após dia; não dando ordens, apenas procurando resumir a desordem dos dias que vão. Nem ao menos tenho um programa; e para que programa? Tenho olhos, vejo as coisas, leio notícias; e tenho mão, e conto e escrevo, e depois sai no jornal. Falarei bem dos amigos, mal dos inimigos, sem dar muito na vista. Não é também um juiz este aqui a julgar homens e coisas; apenas um sujeito que fala disso e daquilo e de si mesmo. Um sujeito em geral triste, mas fácil de alegrar; logo vereis”. A partir de 15 de fevereiro de 1944, Rubem Braga enviaria para o Brasil a sua “Ordem do Dia” até o final da guerra, em 1945.
Igual Roberto Carlos e Carlos Imperial, Rubem Braga nasceu em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, em 12 de janeiro de 1913. Tal qual seus conterrâneos, partiu para o Rio de Janeiro e trabalhou na imprensa carioca. Em 1932, ele cobriu a Revolução Constitucionalista e chegou a ser preso. Ou seja, de guerra ele já estava calejado. Rubem Braga foi correspondente internacional de vários jornais e atuou como crítico literário no “Jornal Hoje”, da Rede Globo.
Na nossa Literatura, o nome de Rubem Braga está na lista dos nossos maiores cronistas. Lembro de ler nos meus velhos tempos de Agostiniano uma coletânea de crônicas intitulada “Ai de ti, Copacabana”.

Rubem Braga morreu em 19 de dezembro de 1990 em decorrência de um câncer na laringe. (Não tenha inveja: o cronista dos cronistas namorou Tônia Carrero.)
