A cantora Maysa era muito prafrentex para se enquadrar como uma sra. Matarazzo

06 junho 2023 às 11h16

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Maysa tinha sobrenome Matarazzo, mas os dois nomes não combinavam. Ela não se enquadrava nos padrões da elite paulistana. Acha que uma Matarazzo sairia sozinha à noite para cantar pelas boates de São Paulo? O casamento entre ela e André Matarazzo não durou muito. Ela o amava, mas amava mais a música e saiu de casa para seguir sua carreira. Nascida em 6 de junho de 1936, Maysa não queria comemorar seu aniversário junto aos grã-finos paulistanos, mas cantando descontraída com os amigos.
Se o sobrenome Matarazzo não combinava com Maysa, o termo “prafrentex”, criado por Stanislaw Ponte Preta, sim. Separar do marido, sair de casa e enfrentar preconceitos eram coisas de mulheres prafrentex, que estavam além do seu tempo.

Maysa se apaixonou por Ronaldo Bôscoli, jornalista e um dos fundadores da bossa nova. Ele investiu na carreira dela, mas isso não foi suficiente para trazer paz ao casal. Em 1961, os dois foram para Argentina onde Maysa fez uma turnê. Naquela época, ela lutava contra a balança e ele a zoava chamando-a de gorda. Eles brigaram demais.
Maysa ficou conhecida mundo afora pelas suas músicas samba-canção. Seu vício em cigarro e bebidas minavam sua saúde. Na década de 1970, ela ficou mais isolada em casa e sofria de depressão. No dia 22 de janeiro de 1977, Maysa morreu em um acidente automobilístico na Ponte Rio Niterói. Tinha apenas 40 anos. Ela viveu intensamente a curta trajetória de vida que jamais estaria em um álbum da família Matarazzo.