Batizada como Cecilia Sofia Anna Maria Kalogeropoulou, nasceu no seio de uma família grega, na cidade de Nova Iorque, no dia 2 de dezembro de 1923. Sua vida pessoal controvertida a popularizou, mas foi seu talento e seu trabalho incansável no sentido de desenvolver uma nova forma de interpretar as criações operísticas que a tornaram a grande diva. Sua voz tinha um timbre único e emblemático, que a transformaram na maior soprano da história do estilo lírico e na mais famosa intérprete operística do século XX.

Segundo seus biógrafos, a vida de Maria Callas foi, desde a infância, semelhando à ópera trágica.  Começou a ficar a famosa na Grécia, para onde retornou com sua mãe no final dos anos 30 por causa da crise financeira que abateu a família. Com uma voz impressionante desde criança, o pai e mãe praticamente a obrigaram a seguir essa carreira, privando-a de uma educação formal. Foram vários relatos em que Callas demonstrava sua mágoa em relação à família.

Sua entrada na Itália se deu em 1947, na cidade de Verona, onde interpretou La Gioconda, sob a direção do maestro Tullio Sefarin (1878 – 1968), que a partir de então se tornou seu mestre na música. Seu sucesso se espalhou por todo o país e ela subiu aos palcos do famoso teatro La Scala de Milão.

La Scala de Milão | Foto: Reprodução

O emergir do fenômeno Callas no cenário lírico se deu por volta de 1948 ao interpretar notavelmente a protagonista da ópera Norma de Vicenzo Bellini (1801-1835) em Florença. Todavia, sua carreira só viria a projetar-se mundialmente em 1949, quando a cantora surpreendeu crítica e público ao alternar, na mesma semana, récitas tão distintas como de I Puritani, de Bellini(1801-1835), e Die Walküre, de Richard Wagner (1813-1883).

Ainda em 1949 Callas casa-se com o empresário italiano Giovanni Battista Menegghini (1896 – 1981), Intensamente geniosa, Maria Callas encontrava em sua vida íntima a mesma dramaticidade que revelava nos palcos. Não era fácil a convivência com o marido, nem com maestros e companheiros de trabalho. 

Foto de Callas e Menegghini

Foi na década de 50 que Callas interpretou as performances femininas mais significativas da história da ópera. Era uma cantora incrivelmente dedicada a evoluir profissionalmente, e se recusava a ser um clichê operístico. No auge da carreira foi demitida do Metropolitan por não concordar com as peças repetitivas que o diretor queria lhe impor para a temporada seguinte.

Eu quero evoluir como cantora, mas ele quer só ganhar dinheiro. E com minha voz”,

Ao retornar anos depois ao Met, foi aplaudida de pé mesmo antes da apresentação.

Após separa-se de Manegghini, Maria vive uma forte paixão ao lado do grego afortunado Aristoteles Onassis (1906 – 1975), junto a quem viveu uma conturbada relação amorosa com enorme repercussão sensacionalista na mídia. Onassis deixa Callas para casar-se com Jacqueline Kennedy (1929 – 1994).

Maria Callas e Onassis | Foto: Reprodução

Sua vida desabou no momento em que descobriu que o grande amor de sua vida a estava traindo com a viúva do presidente Kennedy. Maria Callas morreu em Paris, aos 53 anos, dois anos depois da morte de Onassis.

Callas era simplesmente extraordinária! É preciso ouvir sua voz, saboreá-la, especialmente em suas apresentações entre 1950 e 1965.

No vídeo de 1962, Callas interpreta “Habanera” da ópera Carmen do francês Georges Bizet (1838 – 187)) no Royal Opera House de Londres, sob a regência do maestro Georges Prêtre (1924 – 2017).

Observe a grandiosidade de Habanera, nome popular de “L’amour est un oiseau rebelle”, ária de entrada do personagem Carmen que Callas interpreta com maestria.