Mesmo um treinador competente precisa de tempo para organizar um time que, além de competitivo, joga bonito
O Brasil tem dois técnicos que entendem de fato de futebol: Muricy Ramalho e Tite. Ambos conseguem, com jogadores medianos, organizar times competitivos e vencedores. O primeiro fez isto no Santos e o segundo, no Corinthians.
Dados seus problemas de saúde, é provável que Muricy não treine a Seleção Brasileira. É uma pena, pois este Telê Santana mignon, quem sabe, é o técnico ideal. Há técnicos que gostam de montar times para competir, para classificá-los. Muricy organiza-os para ganhar títulos e mostrar futebol produtivo e, quando possível, bonito.
Tite, o novo técnico da eleição, aproxima-se de Muricy em termos de qualidade. No Corinthians, com times apenas razoáveis, conquistou títulos. Seu segredo é, mesmo mantendo a autoridade, lidar bem com os jogadores e saber, como poucos, reforçar a estima deles. Fica-se com a impressão de que Tite “entra” na cabeça dos jogadores do time que dirige.
Técnico vitorioso em times, Tite dará certo na seleção? É provável que sim. É muito superior a Dunga e lida de maneira mais flexível com os jogadores. Sabe respeitá-los e se fazer respeitado. No momento, com Muricy frequentando hospitais, é a melhor pedida. Não há outra.
Mas, se o brasileiro tratar Tite como salvador da pátria, se o técnico não tiver tempo para reorganizar a seleção, para formar jogadores para a (e de) seleção, logo estará sendo execrado.
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