Morre o poeta, agitador cultural e jornalista TT Catalão
02 janeiro 2020 às 16h22
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Ele trabalhou na revista “O Cruzeiro” e no “Correio Braziliense”, mas é mais conhecido por sua atividade cultural
TT Catalão morreu na quinta-feira, 2, em decorrência de hepatite e insuficiência renal, em Brasília. Será enterrado na sexta-feira, 3, no Cemitério Campo da Esperança. Vanderlei dos Santos Catalão era poeta, jornalista, letrista, músico e agitador cultural. Estava em Brasília desde 1972.
TT Catalão trabalhava na revista “O Cruzeiro” e, convidado, aceitou ser instrumentista da banda de rock Portal, na capital do país. Brasília era uma “adolescente”. A cidade “não tinha uma fronteira, uma divisa muito delineada. Eram pessoas, uma tribo mesmo, que experimentavam a cidade enquanto espaço público. Isso é uma coisa muito importante. Não ficava uma cidade tão sitiada nos seus guetos, nos seus ‘quadrados’, que isola. As pessoas tinham a sensação de viver uma cidade comum”, disse o bardo e repórter à Rádio EBC, no programa “Natureza Viva”, no ano passado.
Em 1976 entrou para o “Correio Braziliense” – sem deixar de lado a vida de artista. O jornalista foi editor de Pesquisa e Informação do jornal, entre 1997 e 2003.
O “Correio Brasiliense” conta que TT Catalão “participou do filme ‘Idade da Terra’, de Glauber Rocha. Em 1987, criou a política de bolsas de estudos culturais e, dois anos depois, fundou e se tornou o primeiro presidente eleito do Conselho de Cultural do Distrito Federal. Em 1993, criou e geriu o Espaço Cultural Renato Russo”.
TT Catalão foi secretário de Programas e Políticas Culturais do Ministério da Cultura, em 2010. Ele colaborou na implantação do Programa Cultura Viva, em 2014.
Rodrigo Rollemberg, ex-governador do DF, disse ao “Correio”: “TT Catalão chamava a atenção por sua sensibilidade, sua poesia, seu amor à cultura, a Brasília e ao Brasil”. O governador em exercício do DF, Paco Brito, afirma: “Um belo samba diz que poeta que morre é semente. Brasília chora e lamenta a morte de TT Catalão, poeta, músico, visionário, figura marcante na cultura de Brasília, que nos deixa mais pobres, embora suas palavras – às vezes de revolta, às vezes de esperança – continuem vicejando”.
Muitos dizem que TT Catalão se tornou uma marca (um símbolo), portanto não dá para mudá-la. Mas acrescentam que, se no lugar de Catalão se pudesse colocar Cultura – TT Cultura –, ninguém reclamaria. Indivíduo múltiplo, usou toda a sua criatividade para promover a cultura e torná-la acessível às maiorias.