A jornalista Ceide Carvalho, de “O Globo”, morreu na sexta-feira, 14, em decorrência de um câncer, diagnosticado, de acordo com seu colega João Sorima Neto, há alguns anos. O tratamento da doença não era fácil, mas ela enfrentou tudo, menciona o jornal, com bom humor”.

Formada pela Faculdade Cásper Líbero, de São Paulo, se tornou um competente repórter de economia tanto na revista “Exame” quanto em “O Globo”.

João Sorima Neto frisa que Cleide Carvalho “tinha um faro peculiar para encontrar pautas nacionais. Foi assim quando denunciou o tráfico humano de adolescentes do Pará para São Paulo e chegou a ser ameaçada pelos criminosos. Tinha interesse especial pelos indígenas e, em inúmeras viagens ao interior do país, relatou a luta desse povo pela sua terra e contra a exploração ilegal de madeira e garimpo”.

Cleide Carvalho cobriu a Operação Lava-Jato, trafegando entre São Paulo e Curitiba. Ela tinha particular interesse pela notícia exclusiva, que acrescentasse alguma coisa para melhorar a sociedade.

Por vezes, afirma João Sorima Neto, virava a noite “em busca da notícia sempre atualizada”, como quando aconteceu o acidente com um avião da TAM.

Chefe exigente, “queria sempre o limite da apuração”, mas sabia valorizar o talento e o esforço dos repórteres.