Com demissões em massa no jornalismo, a TV Globo está tendo cautela para não perder a diversidade. Assim também evitar ser “cancelada” na internet. Apesar dos recentes cortes nas despesas, a emissora segue com a política de ampliar a representatividade racial na programação.

Fontes das redações da Globo em São Paulo e no Rio de Janeiro, ouvidos pelo site Terra, confirmam que a direção da emissora poupou profissionais negros da onda de demissões. Nos últimos anos, a Globo intensificou a presença de pessoas pretas e pardas no seu jornalismo. Apesar disso, a quantidade é desproporcional em relação à população do país.

Em outubro de 2022, a Globo criou a diretoria de Diversidade. O departamento é comandado pela executiva negra Samantha Almeida. A principal missão dela é ampliar a presença de negros. Além de produzir mais pautas sobre a história e a cultura afro-brasileiras em novelas, séries e outros programas.

O jornalismo, departamento mais afetado pelos cortes recentes, tenta aplicar a mesma medida de inclusão em seu elenco majoritariamente branco. Para se ter ideia, a presença de apresentadores, repórteres e comentaristas negros ainda é pequena na Globo. A sinalização para a inclusão é possível ver no principal telejornal do canal. Na quinta-feira, 6, Aline Midlej e Marcio Bonfim cobriram a folga de Renata Vasconcellos e William Bonner, na bancada do ‘Jornal Nacional’.

Heraldo Pereira e Zileide Silva

Em grupos de WhatsApp circulou um boato de que dois jornalistas negros da Globo estariam na lista de corte. Os veteranos seriam Heraldo Pereira e Zileide Silva. Ambos estariam cotados para sair por terem altos salários. Mas, até o momento não foi confirmado.

Eventuais demissões de ícones negros queridos pelos telespectadores certamente vão gerar críticas e possível cancelamento da emissora nas redes sociais. Porém, há quem conteste o conceito de equidade racial na mídia, alegando que o profissional deve ser avaliado apenas pelo talento, nunca pela cor da pele.

GloboNews

Para efeito de comparação, a GloboNews possui apenas uma comentarista negra, enquanto a CNN Brasil, inaugurada há apenas três anos, possui representatividade bem maior diante das câmeras.