Giuliana Miranda é a primeira correspondente climática da Folha de S. Paulo… e do Brasil

02 junho 2024 às 00h01

COMPARTILHAR
A “Folha de S. Paulo” é o chamado jornal “novidadeiro”. É o único do país a ter ombudsman — o profissional que faz a crítica de mídia, em geral interna, mas também externa. No exercício da função, não pode ser demitido. Alguns ombudsmen já fizeram críticas severas ao jornalismo do veículo da família Frias de Oliveira.
Agora, a “Folha” apresenta mais uma novidade — fora do país não é (CNN, “Financial Times”, “Politico” e “New York Times” saíram na frente, em termos globais). O jornal criou o posto de correspondente climática — que será ocupado pioneiramente pela jornalista luso-brasileira Giuliana Miranda, mestre em ciência política e relações internacionais pela Universidade Católica Portuguesa e em divulgação científica pela Unicamp. Sua dissertação de mestrado discute “o papel da sociedade civil nas negociações climáticas internacionais”, assinala a “Folha”.
Giuliana Miranda vai trocar Lisboa por Madri para enviar reportagens especiais sobre a questão climática.

Em 2022, a “Folha” criou a Editoria de Ambiente e mantém um correspondente na Amazônia — o excelente repórter especial Vinicius Sassine (por sinal, goiano, tendo iniciado sua carreira no “Diário da Manhã”). O jornalista, que mora em Manaus, opera em toda a Amazônia.
A “Folha de S. Paulo” se se apresenta como “Um jornal em defesa da energia limpa”.
Cerrado e jornalismo em Goiás
Goiás é praticamente “dono” do Cerrado e os jornais se esforçam, aqui e ali, para discutir seu desmatamento. Há especialistas nas universidades locais que, com alguma frequência, debatem o assunto nos jornais. Mas não há, em nenhum jornal ou site, uma coluna sobre o Cerrado — ou uma Editoria de Ambiente.
Nenhum jornal de Goiás, que eu saiba, têm repórteres especializados em meio ambiente — e está passando da hora de ter. Há jornalistas que entendem do assunto, mas, como têm de cobrir outras questões, não se tornaram especialistas.
Por isso, os jornais goianos, assim como seus jornalistas, são, algumas vezes, surpreendidos por reportagens de jornais e revistas do Rio de Janeiro e de São Paulo a respeito do desmatamento do Cerrado (uma delas afirma que o desenvolvimento da China contribui para aumentar a devastação do Cerrado), da questão da água e do Rio Araguaia.