Os franceses são o PT do jornalismo. Os jornalistas da terra de Flaubert e Proust fazem reunião para tudo e, no geral, mandam de fato nas redações — como se as relações de mercado, o negócio, fossem quase ficcionais. Quando discordam dos dirigentes, caem fora, e em grupo. Os proprietários dos jornais são tratados quase que como funcionários. Segundo o Portal Imprensa, alegando falta de “confiança e comunicação com a direção” do “Le Monde”, vários editores, como Cécile Prieur, François Grump e Nabel Walim, pediram demissão.

Em nota publicada no “Libération”, os editores disseram: “Durante vários meses enviamos muitas mensagens de alerta para assinalar problemas importantes, além da falta de confiança e comunicação com a direção da redação. Isso nos impede de cumprir o nosso trabalho como editores”.

Os jornalistas discordam até do “novo método de impressão” do “Le Monde”. Discordam também da “coordenação da edição online” e denunciam “uma suposta crise financeira”.