Os sites mais relevantes de Goiás deram, antes dos jornais diários, a notícia de que o Ministério Público denunciou 36 pessoas envolvidas na Operação Poltergeist. Na sexta-feira, 11, o “Pop” publicou como manchete da primeira página: “Poltergeist — 36 são denunciados por esquema de funcionários fantasmas”. O jornal acrescentou, no subtítulo: “Na lista estão [o] deputado Messac, [o] vereador Divino e Toninho Perillo, irmão do governador”. Na página 10, com os títulos de “Operação Poltergeist — MP denuncia 36 por esquema”, “Ação envolve membro da OAB” e “Irmão de Marconi indicou fantasmas, aponta MP”, as repórteres Gabriela Lima e Fabiana Pulcineli contaram a história detalhadamente, sem esconder nada da denúncia do MP.

O “Pop” publicou a lista com os nomes de todos os 36 denunciados no esquema de desvio de “verba pública para contratação de funcionários fantasmas na Câmara” Municipal de Goiânia e na Assembleia Legislativa.

Na primeira página, “O Hoje” não deu ao assunto a manchete principal — optando por discutir o pacto do transporte coletivo feito entre governo do Estado, prefeituras e empresas —, mas publicou uma chamada, informando que Antônio Pires Perillo, o Toninho, é irmão do governador. Na página 5, na matéria “Poltergeist: irmão de Marconi é denunciado”, a repórter Lênia Soares deu ampla cobertura ao fato. O jornal também listou os 36 denunciados.

O “Diário da Manhã” publicou nove manchetes na edição de sexta-feira, 11, mas nenhuma sobre o caso. O jornal não publicou nenhuma linha nas suas páginas internas sobre a denúncia do Ministério Público — nem mesmo nas colunas. Como o jornal não explicitou sua decisão editorial, não se sabe o que ocorreu. Mas esconder um fato não significa que ele não exista. Quando se tenta camuflar um fato mais ele se apresenta forte. E, nos tempos de internet, não dá mais para pensar ou acreditar que é possível esconder alguma coisa. Aqui e ali, as notícias explodem, às vezes alcançando repercussão nacional e, mesmo, internacional.

Certo mesmo fez o governador Marconi Perillo, que, ao ser perguntado sobre a denúncia do Ministério Público, disse que a lei serve para todos e que ao irmão cabe apresentar sua defesa. Uma posição, mais do que inteligente, correta — de respeito às leis e às instituições.