O que falta a Gabriel Nascente? Editora de nome cristalizado no mercado — como Companhia das Letras, Todavia, Record, Intrínseca ou Iluminuras. A Relicário também está publicando livros de maneira qualitativa.

O que falta a Gabriel Nascente é uma fortuna crítica considerável, em escala nacional, a partir das duas cortes ou metrópoles do país — Rio de Janeiro (a corte cult) e São Paulo (a corte econômica).

O que sobra em Gabriel Nascente? Poesia de alta qualidade. Gabriel é uma nascente de poesias puras, quer dizer, de alto nível.

Quando publicada por uma grande editora, com uma crítica consistente (Antônio Carlos Secchin deu o pontapé, abrindo a metade da porta), sua poesia sairá consagrada. Espera-se que com ele vivo. Aos 74 anos, Gabriel Nascente não para de publicar diamantes para o cérebro, mas há quem o trate, sem ter lido sua obra, como cassiterita.

Diz-se que Gabriel Nascente escreve muito. Mas não é isto que deve surpreender os verdadeiros críticos. Crucial mesmo é que sua média, em termos de qualidade, é alta.

Prestígio local e nacional

Elina Borges, desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, desembargador José Carlos de Oliveira, Gabriel Nascente, Leonardo Sapiência (diretor-geral do TRE-GO) e Thais Cedro | Foto: Divulgação

Na sexta-feira, 5, Gabriel Nascente lançou o livro “O Cálice de Orfeu” (Batel, 175 páginas), na Livraria Travessa, em Ipanema, no Rio de Janeiro. Trata-se da livraria mais cult do país. A apresentação do livro é do poeta e crítico literário Gilberto Mendonça Teles (um dos críticos mais respeitados pelo poeta Carlos Drummond de Andrade).

Para prestigiar o maior poeta vivo de Goiás — e um dos maiores do país — foram ao Rio os desembargadores Luiz Claúdio Veiga Braga, presidente do TER-Goiás, José Carlos de Oliveira e William Costa Melo. Todos leitores de boa poesia, símbolos dos homens de cultura do Judiciário goiano.

O jornalista e escritora Iuri Rincon Godinho e o poeta Adalberto Queiroz (autor da obra-prima “Cadernos de Sizenando”) também prestigiaram o bardo goiano. Iuri Rincon sublinhou: “Gabriel é o Gabigol da poesia”.

O lançamento contou com a presença de integrantes da Academia Brasileira de Letras (ABL), artistas, escritores e intelectuais da capital fluminense. Entre os integrantes da ABL estavam também ex-presidentes da entidade.