Caso Goleiro Bruno-Eliza Samudio: livro revela ação para matar um promotor de justiça
27 maio 2014 às 11h21
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Livro conta como o ex-goleiro do Flamengo planejou o assassinato da mãe de seu filho
Uma das principais revelações do livro “Indefensável — O Goleiro Bruno e a História da Morte de Eliza Samudio” (Record, 266 páginas), dos jornalistas Paula Sarapu, Paulo Carvalho e Leslie Leitão, é a história do planejamento para matar o promotor de justiça Henry Wagner.
Resenha da revista “Veja”, assinada por Monica Weinberg, relata que Henry Wagner só não foi assassinado “porque o atirador perseguiu o alvo errado, um colega dele de promotoria. Ao notar o equívoco, o bandido fugiu na garupa de uma moto aos berros: ‘Não é esse, não!’”. Para não atrapalhar o julgamento de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como o assassino de Eliza Samudio, o promotor optou pelo silêncio. “Qual membro do júri numa cidade como Contagem teria coragem de condenar um psicopata frio que tenta tirar a vida de um promotor às vésperas do julgamento?”, diz o promotor.
O livro revela que o goleiro Bruno estava mesmo decidido a mandar matar Eliza Samudio, confiado que, por ser famoso, nada lhe aconteceria. Marcos “Bola” Aparecido esteve em Santos, onde a jovem estava escondida, para assassiná-la. Mas não conseguiu encontrá-la. Dois meses depois, o ex-policial a matou.
O livro revela que, nos bastidores, pelo menos um dirigente do Flamengo tentou ajudar Bruno ilegalmente. Segundo a revista, “em fevereiro de 2011, uma reunião na casa do ex-dirigente do Flamengo Marcos Braz, no Rio de Janeiro, tratou da compra de um habeas corpus para o goleiro. Valor: 1,5 milhão de reais, dos quais Ingrid [Oliveira], a noiva, teria arrecadado uma parte entre os jogadores rubro-negros e Braz levantaria o resto. ‘Quero saber se vai ou não dar certo, porque estou indo buscar o dinheiro’, dizia Braz”. O advogado Claudio Dalledone, percebendo a maluquice do plano, foi decisivo para abortá-lo. O ex-dirigente e a noiva de Bruno afirmam que não participaram do esquema.
“Veja” conta que, no tribunal, para enganar os jurados, Bruno apresentou-se com uma Bíblia, que “lia” incansavelmente. “Quem viu a cena jura que o livro estava de cabeça para baixo”, escreve a resenhista.