Apesar de parecer somente um esquerdista ortodoxo, defende que mulheres devem ser ordenadas pela Igreja Católica e propõe o fim do celibato sacerdotal
Pere Casaldàliga i Pla nasceu em Balsareny, uma província de Barcelona, na Catalunha, em 16 de fevereiro de 1928. Depois, se tornou dom Pedro Casaldáliga, bispo da Igreja Católica que fez história na Prelazia de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso. Neste Estado, tomando um banho de tropicalidade, reinventou-se como defensor dos “oprimidos”, os posseiros e camponeses, contra grileiros e latifundiários.
A direita o abomina e a esquerda o respeita, mas parte dela não aprecia suas críticas. Dom Pedro Casaldáliga chegou a sugerir que o governo do ex-presidente Lula da Silva gostava mais dos ricos do que dos pobres. Apesar de parecer tão-somente um esquerdista ortodoxo, defende que mulheres devem ser ordenadas pela Igreja Católica e propõe o fim do celibato sacerdotal. Aos 91 anos, o religioso tem Parkinson.
Dom Pedro Casaldáliga, apresentado pela direita como besta fera da esquerda, é um ser mais pluridimensional do que unidimensional. A biografia “Um Bispo Contra Todas as Cercas — A Vida e as Causas de Pedro Casaldáliga” (Gramma, 220 páginas), de Ana Helena Tavares, pretende explicar os múltiplos Pedros: o ser contraditório (o que se reinventou como brasileiro não é, decerto, o mesmo que morava na Espanha), o revolucionário, o poeta, o místico.
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