Pode-se falar em “demissão cinza”? Pode-se sugerir que a baixa votação (1,84% dos votos válidos) de José Luiz Datena, na disputa para prefeito de São Paulo, acendeu alguma luz sobre a popularidade real do apresentador? É possível.

Certo mesmo é que, em suposto “comum acordo”, o jornalista e a Band, na típica cordialidade patropi, anunciaram o fim da parceria na quinta-feira, 28. Ele trabalhou 20 anos na rede da família Saad.

Datena apresentava, na Band, o “Brasil Urgente”. O SBT planeja contratar o apresentador para um programa policial, de acordo com o jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles. Uma espécie de “Brasil Urgente” — que deveria se chamar “Datena Urgente” — da tevê das filhas de Seu Silvio Santos.

Naquelas mensagens tipicamente protocolares, como se fossem “contratos” redigidos por advogados-manhosos, a Band disse: “Datena comandou com sucesso e grande audiência durante anos o programa ‘Brasil Urgente’, assim como participou brilhantemente de coberturas esportivas e programas de entretenimento”.

Afinal, Datena foi demitido, foi convidado a sair, diplomaticamente? É o que parece. Em geral, famosos “não” são demitidos. Porque não pega bem para a rede de tevê e para o profissional. É preferível falar, digamos assim, em “distrato”, em acordo de cavalheiros.

Confira a íntegra da nota da Band

“Em comum acordo, a Band e o apresentador José Luiz Datena encerram o contrato. Datena comandou com sucesso e grande audiência durante anos o programa Brasil Urgente, assim como participou brilhantemente de coberturas esportivas e programas de entretenimento.

“A Band reforça o enorme carinho por Datena e os laços de amizade com o profissional, que tem uma trajetória de enorme sucesso no Grupo Bandeirantes há mais de 20 anos.”