Autores “novos” ou pouco comentados por críticos especializados sofrem com resenhas peremptórias de jornais. Na falta de fortuna crítica categorizada, jornalistas e alguns críticos não têm informações suficientes — e parâmetros — para avaliar novos romances, contos e poesias, deixando escapar a qualidade específica e as influências literárias. O resultado às vezes são críticas rápidas, sem referências precisas à obra “examinada”, destacando-se mais aspectos perfunctórios e externos.
Abordar um autor a “seco”, sem o amparo de leituras anteriores, com críticas sedimentadas, referenciais, é o trabalho do verdadeiro crítico literário. O crítico americano Edmund Wilson publicou um livro, entre o fim da década de 20 e o início da década de 30, no qual examinou, cuidadosa e criteriosamente, a obra de, entre outros, Marcel Proust e James Joyce.
Praticamente não havia crítica consistente na qual basear-se e, por isso, ele fez uma leitura própria, específica, que muito contribuiu com a crítica posterior, ao abrir fronteiras. Publicado há mais de 80 anos, “O Castelo de Axel” (há uma bela tradução, feita pelo poeta José Paulo Paes e publicada pela Cultrix-Companhia das Letras) é a obra-prima de Wilson.
O crítico de jornal quase sempre não tem o tempo adequado para ler cuidadosamente uma obra mais alentada e, depois, não tem espaço para expor seus argumentos. Antônio Gonçalves Filho, um dos críticos mais qualificados do “Estadão”, resenhou o romance “O Pintassilgo” (Companhia das Letras, 719 páginas, tradução de Sara Grünhagen), de Donna Tartt, e nada acrescentou de relevante. De cara, implicou com o fato de Stephen King ter elogiado o romance, mas não mencionou duas críticas mais consistentes — de Michiko Kakutani, do “New York Times”, e do “The Guardian”. A Companhia das Letras recolheu um trecho do comentário de Kakutani e o publicou na contracapa: “Brilhante… Um romance glorioso, no qual todos os talentos narrativos de Tartt convergem numa arrebatadora sinfonia; um livro que nos traz de volta o prazer de passar a noite inteira lendo”. A editora publicou também um trecho da crítica do “Guardian”: “Raymond Chandler é uma presença tão grande nestas páginas quanto Dickens ou Dostoiévski. Falar mais sobre a trama seria privar os leitores do imenso prazer de ser arrebatado por ‘O Pintassilgo’. Se alguém perdeu o amor pelas histórias, este é o livro que certamente o trará de volta”. Os trechos são usados pela editora como publicidade positiva para o livro, mas fazem parte de resenhas mais densas e comparativas que permitem ao leitor uma compreensão mais perceptiva do romance.
O “Estadão” fica devendo uma crítica mais aguda ao belo romance de Donna Tartt — uma autora surpreendente que remete ao século 19, o de Dickens, Thoreau e Dostoiévski, mas também aos séculos 20 e 21 e, às vezes, à literatura de Thomas Pynchon (que ela não cita como influência literária). Não se está propondo uma crítica a favor, e sim uma crítica mais substanciosa à obra da escritora americana e a quaisquer outros romances. Uma crítica, além de apontar defeitos e virtudes, deve “entrar” na obra, escarafunchá-la a fundo. Críticas superficiais, do contra para ser do contra, servem unicamente para espantar leitores desavisados.
CARLOS DE
ASSUMPÇÃO – O maior poeta negro da historia do Brasil autor do poema o PROTESTO Hino Nacional da
luta da Consciência Negra Afro-brasileira, em celebração completou 87 anos de
vida. CARLOS DE ASSUMPÇÃO nasceu 23 de maio de 1927 em Tiete-SP completando 87
anos de vida com sua família, amigos e nós da ORGANIZAÇÃO NEGRA NACIONAL QUILOMBO O. N. N. Q. FUNDADO 20/11/1970 (E diversas entidades e admiradores parabenizam
o aniversario de 87 anos do mestre poeta negro Carlos Assumpção) tivemos a
honra orgulho e satisfação de ligar para a histórica pessoa desejando
felicidades, saúde e agradecer a Carlos de Assunpção pela sua obra gigante, em
especial o poema o Protesto que para muitos é o maior e o mais significante
poema dos afros brasileiros o Hino Nacional dos negros. “O Protesto” é o poema mais emblemático dos Afros
Brasileiros e uns das América Negra, a escravidão em sua dor e as cicatrizes
contemporâneas da inconsciência pragmática da alta sociedade permanente
perversa no Poema “O Protesto” foi lançado 1958, na alegria do Brasil campeão
de futebol, mas havia impropriedades e povo brasileiro era mal condicionado e hoje
na Copa Mundial de Futebol no Brasil 2014 o poema “O Protesto” de Carlos de
Assunpção está mais vivo com o povo na revolução para (Queda da Bas. Brasil.tilha) as manifestações reivindicatórias por justiça social
econômica do povo brasileiro que desperta na reflexão do vivo protesto.
O mestre Milton Santos dizia os versos do Protesto e o discurso de Martin
Luther King, Jr. em Washington, D.C., a capital dos Estados Unidos da América,
em 28 de Agosto de 1963, após a Marcha para Washington. «I have a Dream» (Eu
tenho um sonho) foram os dois maiores clamores pela liberdade, direitos, paz e
justiça dos afros americanos. São centenas de jornalistas, críticos e
intelectuais do Brasil e de todo mundo que elogia a (O Protesto) (Manifestação
que é negra essência poderosa na transformação dos ideais do povo) obra enaltece
com eloquência o divisor de águas inquestionável do racismo e cordialidade vigente
do Brasil Mas a ditadura e o monopólio da mídia e manipulação das elites que
dominam o Brasil censuram o poema Protesto de Carlos de Assunpção que é nosso protesto
histórico e renasce e manifesta e congregam os negros e todos os oprimidos,
injustiçados desta nação que faz a Copa do Mundo gastando bilhões para uma
ilusão de um mês que poderá ser triste ou alegre para o povo brasileiro este
mesmo que às vezes não tem ou economiza centavos para as necessidades básicas e
até para sua sobrevivência e dos seus. No Brasil
.
Poema. Protesto de CARLOS DE ASSUMPÇÃO
Mesmo que voltem as
costas
Às minhas palavras de
fogo
Não pararei de gritar
Não pararei
Não pararei de gritar
Senhores
Eu fui enviado ao mundo
Para protestar
Mentiras ouropéis nada
Nada me fará calar
Senhores
Atrás do muro da noite
Sem que ninguém o
perceba
Muitos dos meus
ancestrais
Já mortos há muito
tempo
Reúnem-se em minha casa
E nos pomos a conversar
Sobre coisas amargas
Sobre grilhões e correntes
Que no passado eram
visíveis
Sobre grilhões e
correntes
Que no presente são
invisíveis
Invisíveis mas
existentes
Nos braços no
pensamento
Nos passos nos sonhos
na vida
De cada um dos que
vivem
Juntos comigo
enjeitados da Pátria
Senhores
O sangue dos meus avós
Que corre nas minhas
veias
São gritos de rebeldia
Um dia talvez alguém
perguntará
Comovido ante meu
sofrimento
Quem é que esta
gritando
Quem é que lamenta
assim
Quem é
E eu responderei
Sou eu irmão
Irmão tu me desconheces
Sou eu aquele que se
tornara
Vitima dos homens
Sou eu aquele que sendo
homem
Foi vendido pelos
homens
Em leilões em praça
pública
Que foi vendido ou
trocado
Como instrumento
qualquer
Sou eu aquele que
plantara
Os canaviais e cafezais
E os regou com suor e
sangue
Aquele que sustentou
Sobre os ombros negros
e fortes
O progresso do País
O que sofrera mil
torturas
O que chorara
inutilmente
O que dera tudo o que
tinha
E hoje em dia não tem
nada
Mas hoje grito não é
Pelo que já se passou
Que se passou é passado
Meu coração já perdoou
Hoje grito meu irmão
É porque depois de tudo
A justiça não chegou
Sou eu quem grita sou
eu
O enganado no passado
Preterido no presente
Sou eu quem grita sou
eu
Sou eu meu irmão aquele
Que viveu na prisão
Que trabalhou na prisão
Que sofreu na prisão
Para que fosse
construído
O alicerce da nação
O alicerce da nação
Tem as pedras dos meus
braços
Tem a cal das minhas
lágrima
Por isso a nação é
triste
É muito grande mas
triste
É entre tanta gente
triste
Irmão sou eu o mais
triste
A minha história é contada
Com tintas de amargura
Um dia sob ovações e
rosas de alegria
Jogaram-me de repente
Da prisão em que me
achava
Para uma prisão mais
ampla
Foi um cavalo de Tróia
A liberdade que me
deram
Havia serpentes futuras
Sob o manto do
entusiasmo
Um dia jogaram-me de
repente
Como bagaços de cana
Como palhas de café
Como coisa imprestável
Que não servia mais pra
nada
Um dia jogaram-me de
repente
Nas sarjetas da rua do
desamparo
Sob ovações e rosas de alegria
Sempre sonhara com a
liberdade
Mas a liberdade que me
deram
Foi mais ilusão que
liberdade
Irmão sou eu quem grita
Eu tenho fortes razões
Irmão sou eu quem grita
Tenho mais necessidade
De gritar que de
respirar
Mas irmão fica sabendo
Piedade não é o que eu
quero
Piedade não me
interessa
Os fracos pedem piedade
Eu quero coisa melhor
Eu não quero mais viver
No porão da sociedade
Não quero ser marginal
Quero entrar em toda
parte
Quero ser bem recebido
Basta de humilhações
Minh’alma já está
cansada
Eu quero o sol que é de
todos
Ou alcanço tudo o que
eu quero
Ou gritarei a noite
inteira
Como gritam os vulcões
Como gritam os
vendavais
Como grita o mar
E nem a morte terá
força
Para me fazer calar.
Organização Negra
Nacional Quilombo ONNQ 20/11/1970 –
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