“O número real é maior. Alguns jornalistas morreram sem serem testados; outros morreram por causas relacionadas ao coronavírus, como ataques cardíacos”

A pandemia do novo coronavírus já matou quase 300 mil pessoas em todo o mundo — quase 10 mil no Brasil. Médicos e enfermeiros, por causa do contato direto com pacientes infectados, também estão morrendo. Mas e os jornalistas que, no geral, estão cobrindo a pandemia de perto, bem de perto? A Press Emblem Campaign (PEC) apurou que 64 jornalistas morreram devido à Covid-19.

José Augusto Nascimento, editor de Imagens do SBT, morreu aos 57 anos | Foto: Facebook

O levantamento foi feito de 1º de março e 5 de maio e contém informações de 24 países (o número de mortos, portanto, pode ser maior).

O Equador é o país no qual morreram mais jornalistas — nove. Mas a ONG Fundamedios amplia o dado: 12 profissionais teriam falecido por causa da Covid-19 — e isto só em Guayaquil, segunda maior cidade do país, com 2,4 milhões de habitantes.

Robson Thiago Mesquita, operador de câmera do SBT, morreu aos 36 anos | Foto: Facebook

“Certamente o número real é maior. Primeiro, porque alguns jornalistas morreram sem serem testados; segundo, outros morreram por causas relacionadas ao coronavírus, como ataques cardíacos, mas cujo vínculo não pôde ser certificado; terceiro, apenas as mortes de jornalistas conhecidos foram anunciadas; e quarto, em alguns países as mortes são simplesmente ocultas”, ressalta o secretário-geral da PEC, Blaise Lempen.

No Brasil morreram quatro jornalistas. Nos Estados Unidos contabilizam oito mortes. Na Espanha e no Reino Unidos morreram três.

A PEC, organização cujo foco é a liberdade de imprensa e a segurança para repórteres, fica em Genebra, na Suíça.