Trump funcionário em fast-food e Harris orando em igreja: reta final de campanha nos EUA lembra eleições no Brasil
21 outubro 2024 às 13h00
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Quem não se lembra dos clássicos clichês eleitorais do Brasil? Seja aquele candidato que vai para a feira comer pastelzinho de cara fechada, o concorrente que se veste de gari para fingir que está trabalhando ou o político que decide pisar em uma igreja pela primeira vez na vida na véspera da eleição. Essas situações não são exclusividade dos brasileiros e também ocorreram na reta final de campanha nos Estados Unidos.
Durante o fim de semana, o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris realizaram campanhas em estados chave para a eleição. O primeiro esteve na Pensilvânia, no qual a adversária lidera por um vantagem curta, conforme as pesquisas. Enquanto a segunda foi para a Geórgia, estado em que o ex-presidente assumiu a liderança.
Ambos os estados são considerados “swing states” (estados flutuantes) porque não há um comportamento claro sobre os eleitores podem votar. Por exemplo, enquanto o Texas tem a tradição de votar em candidatos do Republicanos, a Califórnia sempre opta por políticos do Democratas. No entanto, outros estados possuem resultados variados nas eleições.
Lembrando que o pleito nos EUA está marcado para o dia 5 de novembro, ou seja, restam menos de 15 dias para os americanos decidirem quem será o próximo presidente. Relembrando que o atual chefe de Estado, Joe Biden, optou por não disputar a reeleição.
Posso anotar o seu pedido?
Trump esteve em um restaurante da famosa rede de fast-food McDonald’s durante o domingo, 20, na cidade de Feasterville-Trevose. Em várias gravações, ele é visto de avental trabalhando no estabelecimento, seja fritando batatas fritas ou entregando pedidos no drive-thru. Em vários momentos, ele também interagiu com os seus apoiadores.
Obviamente, o gesto simbólico também não passa de uma provocação barata contra Harris. A candidata do Democratas contou no em um talk show da atriz Drew Barrymore que trabalhou na rede de fast-food em 1983, quando era estudante de Harvard. No entanto, Trump e os seus apoiadores contestam que isso seja verdade e por isso realizou o evento para dizer que foi “o primeiro candidato das eleições deste ano a trabalhar no McDonald’s”.
Em resposta após o ato de Trump, o presidente do McDonald’s, Joe Erlinger, afirmou em nota que o evento não foi autorizado pela empresa. Além disso, ressaltou que a empresa não apoia nenhum dos dois candidatos. O executivo apenas ficou feliz pela rede de restaurantes ter sido lembrada pelos americanos.
Abençoe a minha candidatura
Enquanto isso, Harris esteve em Stonecrest, na Geórgia, para participar de um culto em uma igreja batista. A candidata busca reverter a vantagem de Trump no estado que foi vital para vitória de Biden em 2020. No entanto, a ação não foi bem vista por parte do eleitorado do país porque consideraram isso como “oportunismo”.
A aparição na igreja foi um dos poucos casos em que sua campanha interagiu com o lado religioso. Relembrando que Harris também nunca comentou sobre a sua fé publicamente.
Ao mesmo tempo, o vice da Democrata, o governador de Minnesota, Tim Walz, também visitou igrejas na cidade de Saginaw, em Michigan.
Politiqueira à brasileira?
Com certeza, os políticos em todo planeta realizam atitudes interesseiras em época de eleições, principalmente quando o pleito é visto como acirrado. No entanto, as atitudes de Harris e Trump lembram as atitudes que são comuns nas disputas realizadas no Brasil.
Por exemplo, Trump é visto como “bilionário filhinho de papai” e que é distante da população e por isso busca se aproximar com eventos jocosos. Algo similar ao candidato comendo pastel na feira ou se vestindo como gari para fingir que está trabalhando. Além de provocar Harris, ele também quer mostrar que é do “povão”.
Por outro lado, Harris busca votos do segmento religioso em uma estratégia para não perder a Geórgia para Trump. Algo comum no Brasil, no qual os políticos sempre aparecem em missas na véspera do pleito, mesmo sem ter fé e religião. Uma tentativa final de cativar os religiosos, um grupo considerado importante para a eleição de qualquer político.
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