Troféu de melhor do mundo para Messi é injusto (e já faz tempo)

16 janeiro 2024 às 17h42

COMPARTILHAR
Lionel Messi foi escolhido o melhor do mundo pela oitava vez na premiação da Fifa, o troféu The Best. Votaram jornalistas, capitães de equipes, técnicos de seleções e torcedores, cada grupo com peso de 25% na pontuação.
A escolha do argentino ocorreu em um ano em que ele não conquistou nenhum título de destaque – o que, no caso de alguém que jogou a liga francesa pelo PSG e parte da liga estadunidense não poderia ser menos do que uma Champions League ou uma Copa do Mundo. O que Messi ganhou? O campeonato francês, a obrigação anual de seu ex-clube, pelo elenco que tem diante das demais equipes; e a League Cup, a copa da Major Soccer League (MLS), a principal associação de futebol nos Estados Unidos.
Por mais fundamental que tenha sido o desempenho do camisa 10 argentino – e ele é sempre fundamental quando está em campo –, não dá para considerar nenhum dos dois troféus como algo merecedor de láureas diante de, por exemplo, Erling Haaland, que, pelo Manchester City, ganhou a Champions League (como artilheiro), a Premier League (como artilheiro também), a Copa da Inglaterra e a Supercopa da Uefa. O norueguês poderia ter participação no título do Mundial de Clubes da Fifa, mas estava contundido.
Com certeza, Haaland, apesar de novo, por “justiça”, mereceria qualquer troféu individual para um jogador de futebol na temporada passada. Mas qualquer votação vai favorecer Messi, pelo simples fato de que ele faz o que faz com quase 37 anos, ante dois fenômenos da nova geração – o próprio Haaland, de 23, e também o francês Kylian Mbappé, de 25 anos.
Messi não deveria mais estar em nenhuma lista de melhores do mundo. Porque ele é uma força da natureza, não pertence ao mesmo plano dos demais jogadores, por mais craques que eles sejam. “Leo” é superior a qualquer atleta com quem atuou e você não vai encontrar ninguém que faça o que ele faz aos 37 anos.
Talvez seja “tarde demais” para dar essa sugestão, mas açamos o seguinte: deixemos o Messi fora desses prêmios. O homem é “hour-concours”, não pode ser avaliado com os demais. E curtamos os últimos anos deste fenômeno que só aparece de 30 em 30 anos (ou mais).
Em tempo: Pelé não entra nessa conta das três décadas. Nunca houve um antes e nunca haverá outro depois.