Com 16 para 17 dias no cargo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que mais de 300 agentes foram mobilizados para recaptura dos foragidos da penitenciária de segurança máxima de Mossoró.

As decisões tomadas pelo ministro em relação ao caso começaram ainda no dia da fuga, 14, com o afastamento de toda a direção da penitenciária. Além disso, houve uma intervenção na unidade prisional, que passou a ser administrada por um dos agentes penitenciários federais que acompanharam o secretário de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública, André Garcia.

Duas semanas atrás, durante seu discurso de posse como ministro, Lewandowski falou sobre o desafio de lidar com o crime organizado. Ele deu início à fala explicando como a preservação da segurança pública é um tópico que se torna mais complexo com o passar do tempo.

Além disso, ele afirma que “já há notícias, de que tal como ocorre em outras nações, o crime organizado começa a infiltrar-se em órgãos públicos, especialmente naqueles ligados à segurança”. O ministro continua o discurso relatando com mais detalhes as atividades dessas organizações.

“A atuação das organizações criminosas, nas quais se incluem as milícias, subdivididas em múltiplas facções, hora aliadas e hora rivais, antes eram restritas às áreas periféricas onde o estado se mostrava ausente e aos recônditos ambientes prisionais. Hoje se desenvolvem por toda parte, à luz do dia, com ousados disfarces, em moldes empresariais”, disse o ministro. 

O desafio da segurança pública não é exclusivo de Lewandowski, mas é um dos mais importantes para o desenvolvimento do Brasil, para a imagem internacional do país, e depende diretamente de uma ação interministerial para ser administrado.

Até mesmo por ser a primeira fuga documentada nas prisões federais, é preciso buscar as causas e possíveis facilitadores internos – fato que já está claro para as investigações – que podem ter auxiliado os detentos nesse processo. Os fugitivos de Mossoró, por exemplo, estão envolvidos com o crime organizado através de ligações com o Comando Vermelho.

Além disso, se faz necessário redobrar a atenção para o esquema empresarial que Lewandowski aponta como a nova cara do crime organizado. Buscando essas empresas e responsáveis, aumentando a fiscalização para que essas pessoas permaneçam no serviço público de segurança e criando novos mecanismos que impeçam tentativas similares.

O caso já é uma pedra do sapato do novo ministro que foi criticado por não ter experiência em segurança pública. Lewandowski ficou 17 no Supremo Tribunal Federal (STF), tem saber notório do direto, mas fica a questão se tem a habilidade de implantar políticas públicas que tenham efeito no combate ao o crime organizado.

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