Barbie: de símbolo sexy a ícone feminista
18 julho 2023 às 10h55
COMPARTILHAR
Quando a maioria das pessoas pensa na Barbie, a imaginam como alguém extremamente magra e loira. Talvez você a imagine como alguém que percorre a rodovia de Malibu em um 4×4 ou flertando com Ken. Mas você sabia que foi uma feminista que criou o primeiro brinquedo fashionista do planeta? A fundadora da Mattel, a americana Ruth Handler percebeu que sua filha, Bárbara – carinhosamente chamada de Barbie – amava trocar as roupas de suas bonecas de papel. Porém, na época não havia opções de pano ou plástico com características de uma adolescente para que ela pudesse se inspirar. Com isso, em março de 1959, Ruth e o marido, Elliot, lançaram a Barbie em uma feira nova-iorquina.
A ideia era mostrar que, por meio da boneca, a menina pudesse ser o que quisesse. “Barbie sempre representou o fato de que a mulher tem escolhas”, dizia ela. Ruth morreu em 2020, aos 86 anos. Ao longo dos anos, Barbie inspirou gerações. A boneca apresentou ao mercado várias versões de si. Na sua primeira versão a Barbie trouxe acessórios que poderiam ser trocados e combinados, de acordo com a moda de sua geração. Sonha em ir à lua? Quer ser médica? Ser astronauta? Cantora? Surfista? Programadora? A resposta é sim. Em seis décadas, Barbie já teve mais de 180 profissões em suas versões e sempre retratou a sociedade da época.
A marca vende uma boneca a cada três segundos e uma casa dela a cada dois minutos no mundo. E o segredo do sucesso? Ah esse está na própria trajetória da Barbie, que se reinventa constantemente. Como nós mulheres, né?
Barbie e suas gerações
Em 1962 ela personificou a primeira-dama dos EUA, Jacqueline Kennedy, com o famoso tailleur rosa que mostrava elegância e bom gosto. Já em 1967, a Barbie se vestiu de Twiggy, – modelo de carinha angelical, com cílios super longos e o cabelo curtíssimo transformaram a top model britânica em um ícone de massa muito celebrado à época. Ela ditou tendência e recebeu o título de “o rosto de 66” – com vestido de tubinho, olhos marcados e botas amarelas.
Foi também no final dessa década que suas pernas ficaram flexíveis, os olhos azuis, as roupas mais coloridas e a Barbie fez uma nova amiga: a primeira boneca negra, Christie, lançada em 1969.
Buscando se reinventar para acompanhar as mudanças de gerações, a boneca protagonizou um desfile na semana de moda de Nova York. Está bom para você?
Representatividade
A marca sempre se preocupou com a criança se identificar com a boneca. Tanto que, em 1968 foi criada a Christie, a amiga da Barbie. A criação foi em apoio ao movimento de igualdade que tomava conta dos EUA. Mais tarde, em 1980, a coleção Diversidade, foi lançada com a primeira Barbie negra “Inspirar e nutrir o potencial ilimitado em cada garota” é a frase que estampa a entrada na sede da fábrica, em Los Angeles, na Califórnia.
Mais recente, em 2016, a boneca chega com cabelos crespos, vitiligo, síndrome de down, deficiente física e formatos corporais mais reais. Por isso, Com novos corpos, cor de pele, cabelos, sexualidade e personalidades, a Barbie tem uma história para contar. Não é à toa que agora ganhará as telas dos cinemas do mundo inteiro em um filme dirigido pela diretora Greta Gerwig e estrelado por Margot Robbie como Barbie e Ryan Gosling como Ken. O filme estreia na próxima quinta-feira, 20, às 00h01.
Ah, o maior site de buscas do mundo entrou com tudo no marketing do longa e adicionou um fundo rosa com flashs na mesma cor quando o nome da boneca é digitado no Google.