A relação entre políticos e a imprensa é um termômetro da saúde democrática. Enquanto o acesso à informação é direito do cidadão, os políticos, como servidores públicos, têm o dever de prestar contas de suas ações, decisões e prioridades. Entretanto, o que se observa na gestão do prefeito Rogério Cruz em Goiânia é uma preocupante falta de abertura com a imprensa, um reflexo de um governo que falha em cumprir sua obrigação básica de transparência.

Desde o início de sua gestão, Rogério Cruz tem se envolvido em uma série de trocas de secretariado que confundem a população e geram instabilidade na administração pública. Em apenas três anos de governo, secretarias estratégicas passaram por mudanças frequentes, sem explicações claras para a sociedade ou para a imprensa. Cada troca deixa uma lacuna, com projetos interrompidos e políticas que parecem estar à deriva.

Essa constante dança das cadeiras seria menos preocupante se houvesse justificativas plausíveis e um diálogo aberto. No entanto, o prefeito adota uma postura de distanciamento, restringindo o acesso à informação e dificultando o trabalho de jornalistas. Em vez de esclarecer as razões por trás das decisões, a gestão opta pelo silêncio ou pela evasiva, uma atitude que mina a confiança da população e da imprensa.

A imprensa tem um papel crucial em uma democracia: questionar, investigar e informar. Quando governantes se recusam a dialogar, impedem que a sociedade acompanhe de perto o uso dos recursos públicos e as prioridades da administração. A ausência de explicações abre espaço para especulações, aumentando a desconfiança e dificultando a construção de um relacionamento transparente entre a gestão pública e a sociedade.

Governar uma capital como Goiânia exige responsabilidade e comunicação. Os cidadãos têm o direito de entender o que motiva as trocas de secretariado, os rumos dos projetos urbanos e como os impostos estão sendo aplicados. Mais do que isso, merecem ser tratados como parceiros no desenvolvimento da cidade, com acesso às informações necessárias para cobrar e fiscalizar.

Ao se fechar para a imprensa, Rogério Cruz desrespeita não apenas os profissionais de comunicação, mas todos os goianienses. É hora de repensar essa postura e entender que transparência não é favor; é obrigação. A comunicação eficiente e honesta não é apenas uma virtude de bons gestores, mas um pilar indispensável para um governo que se diz comprometido com o bem-estar da população.