Desde 1969, o Banco da Suécia concede um prêmio anual em memória de Alfred Nobel, aos cientistas que mais se destacarem no campo da Ciência Econômica. Não é um prêmio Nobel, em sua criação, mas é como se fosse, pois é concedido paritariamente com todas as categorias do Nobel original e confere o mesmo renome a seu ganhador.

O último desses prêmios foi atribuído a três pesquisadores dos EUA — Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson. Seu trabalho, partindo do exame das colonizações europeias, mostra que as sociedades que mais progrediram foram aquelas em que os colonos optaram pela atividade inclusiva, e não aquelas em que a atividade era apenas extrativa.

Os inclusivos, por consequência, estabeleceram instituições reguladoras e promotoras de crescimento — instituições democráticas, enfim, o que não preocupava os extrativistas.

As sociedades democráticas, que os esquerdistas, os sinistros, pretendem demonizar e chamam de sociedades capitalistas são as que sempre conseguiram promover o progresso social, as melhores condições de existência, a dianteira educacional e intelectual. O trio ganhador do prêmio demonstra isso muito bem.

Brasil e colonização extrativista

O Brasil é um exemplo da falta de desenvolvimento provocada pela colonização extrativista: os colonos enviados pela coroa portuguesa aqui aportaram sem suas famílias, prontos para fazer fortuna, paralelamente à remessa de riquezas para a corte, e a ela regressarem o mais rápido possível.

Não existia, no geral, a preocupação com as instituições locais, pois não preocupava o desenvolvimento da colônia, mas o crescente bem-estar da corte, isto é, das elites.

Esgoto a céu aberto: é o Brasil descendo a ladeira | Foto: Reprodução

Situação semelhante se verificou nas colônias espanholas, e hoje se reflete na situação da América Latina pouco desenvolvida, sujeita a oscilações políticas frequentes, onde a estabilidade é uma exceção e onde apenas as elites dos três poderes (onde existem) desfrutam das riquezas de que o Estado se apossa, cada vez mais voraz, tal como faziam, nos tempos de colônia, as elites da nobreza, os fidalgos da corte.

As colonizações inclusivas, como as dos Estados Unidos e da Austrália, foram promovidas por colonos que aportaram nos novos territórios sem olhar para trás. Guardavam, é fato, as tradições que fizeram a grandeza dos colonizadores. Mas traziam suas famílias e miravam um futuro que se confundia com o das novas terras, das novas pátrias escolhidas. Absorveram a lei natural de que só se constrói o progresso com muito esforço individual e conjunto. Criaram, desde os primeiros dias, instituições sólidas voltadas para suas novas comunidades e dentro do espírito de solidariedade democrático.

Exemplo: as ideias dos “pais fundadores” da nação norte americana (John e Samuel Adams, George Washington, Thomas Jefferson etc.) e sua obra institucional de base respondem pelo sucesso resultante, pela estabilidade, pelo empreendedorismo, pelo respeito que o Estado mantém pelo cidadão, pela democracia enfim.

Deixemos de lado o exemplo excepcional dos Estados Unidos.

Brasil e Austrália: diferenças cruciais

Uma comparação entre os desenvolvimentos econômico e social do Brasil e da Austrália deveria alertar nossas elites (o que infelizmente não acontece) para o atraso que nos acomete e que poderia ser revertido, com medidas mais inclusivas visando a limitação do Estado, a extinção dos privilégios, a valorização da educação e da ética, o combate à corrupção e ao crime organizado e o estímulo à iniciativa privada.

Temos caminhado, com os governos de esquerda que nos assolam desde a década de 1980, em sentido contrário, com uma máquina estatal cada vez mais inchada para abrigar “companheiros”, um acúmulo de privilégios nos altos escalões dos três poderes, um estímulo ao ócio via de benefícios sociais concedidos sem critério e a dilapidação dos bens públicos pela corrupção e pelo desperdício.

O Brasil, independente desde 1822, tem hoje um PIB nominal per capita, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), de cerca de 11.000 dólares, e, segundo a ONU, um Indice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,760, valor apenas mediano.

Já a Austrália cuja independência se deu bem mais tarde (em 1902), tem um PIB nominal per capita seis vezes maior que o nosso e um IDH de 0,946. Econômica e socialmente falando, a Austrália está entre as dez nações mais desenvolvidas. O Brasil vai para cerca do 80° lugar.

Marxista deixa o povo pobre e crise elite rica

E, voltando ao chamado Nobel de Economia, o prêmio começou a ser atribuído em 1969, em plena Guerra Fria.

Quando se fala em nações inclusivas, sabemos hoje que os governos marxistas, as ditaduras de esquerda, só produzem inclusão na pobreza, exceto no que respeita suas elites, a chamada Nomenklatura.

As cúpulas comunistas sempre viveram em um luxo assombroso, enquanto as populações empobreciam. Até hoje, foram distribuídos menos de uma centena de Prêmios Nobel de Economia, e seu destino reflete bem o estágio das nações receptoras, pois o desenvolvimento intelectual espelha o estágio de desenvolvimento econômico e social de um país.

Nos regimes marxistas, apenas um economista recebeu até hoje a honraria: o matemático russo Leonid Kantarovich, em 1975. Israel, Noruega e Holanda receberam o prêmio três vezes. Franceses e canadenses foram laureados quatro vezes, os britânicos 10 vezes e os norte-americanos receberam o prêmio 30 vezes. A Austrália já recebeu seu Nobel de Economia. O Brasil nunca teve um Nobel, nem de Economia, nem de Literatura, nem de nada. Houvesse um Nobel de Corrupção e Impunidade, o país seria imbatível.