Sucessora no Sarah Kubitschek rejeitou proposta milionária do Qatar

31 janeiro 2015 às 12h16

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Aloysio Campos da Paz deixa uma herdeira profissional: a coautora de seu livro “Método Sarah de Reabilitação Baseada na Família”, a neuropsicóloga, música (e hoje presidente do Sarah), Lúcia Willadino Braga. Ela, que entrou na existência do hospital (melhor dizer dos hospitais Sarah Kubitschek) despretensiosamente, imbuiu-se, com o passar dos anos, do espírito de dedicação, sacerdócio, inovação e profissionalismo de Aloysio Campos da Paz. Acabou, naturalmente, por simples gravidade, tornando-se sua substituta e sucessora.
A revista “Veja” de 23 de maio do ano passado traz uma reportagem sobre a cientista. Entre outros fatos, reporta que ela teve oferta milionária do Qatar para se mudar para o emirado e lá trabalhar. Possivelmente ganharia dez vezes o que percebe no Sarah. Não quis trocar o prazer e a devoção profissionais pela fortuna, tal como fizera Aloysio no início de sua carreira. Rendemos nossas homenagens a ela.
O Sarah é hoje mais difundido pelo tratamento perfeito que deu a famosos, como o músico Herbert Viana, o escritor Jorge Amado, ou o humorista Millôr Fernandes. Ministros, senadores, deputados e autoridades várias experimentaram seu tratamento e falam maravilhas.
Mas para Aloysio eles não foram diferentes dos outros milhares de anônimos que provaram os mesmos cuidados, pelos mesmos profissionais, com o mesmo respeito e com o mesmo carinho. Quando morre e deixa uma lição clara, que cabe aos que ficam aprender e praticar, Aloysio Campos da Paz cumpriu sua missão na Terra, exemplarmente. Esperamos que seu comportamento sirva, efetivamente, de lição e que o percebam os que têm responsabilidade na saúde pública. Podemos, sim, ter uma saúde de primeiro mundo, desde que exista dedicação, honestidade e vergonha na cara. Essa, a lição que Aloysio mostrou de sobra.