O que fazer? Cruzar os braços, como querem nossos jornalistas politicamente corretos, que chegam a desejar que mais policiais e menos bandidos morram nesses confrontos?

Observando cuidadosamente as manifestações da “grande imprensa” sobre a tragédia ocorrida na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, e lendo (ou ouvindo), atenciosamente, o que escreveram (ou disseram) os colunistas mais notórios, não por coincidência os mais esquerdistas, logo, os “politicamente corretos”, chegamos à conclusão (que não é nova) de que existe um verdadeiro preconceito, uma condenação generalizada da polícia por parte dessa elite, como não há, da parte dela, uma só sugestão inteligente de opção menos letal para o combate ao tráfico. O confronto é inevitável, na situação a que chegou o Rio de Janeiro.

Lamentamos o que vem ocorrendo com a juventude pobre brasileira, em consequência do tráfico de drogas que assola o país e do qual não se consegue escapar. Nossa posição geográfica e nossa extensão territorial, somadas ao incentivo à produção de entorpecentes em nossas fronteiras, por países vizinhos, nos fizeram, inexoravelmente, rota de tráfico e portos de exportação criminosa de drogas. É triste, mas é inegável.

Policiais em Jacarezinho, no Rio de Janeiro | Foto: Reprodução

Esse tráfico, financeiramente poderoso, recruta principalmente jovens pobres e de má formação familiar para seu exército. É um exército clandestino, criminoso, mal treinado e sem outra disciplina que a do próprio tráfico. Mas é um exército fortemente armado e disposto ao confronto, até porque se não o fizer sofre as sanções do próprio tráfico, que não raro chegam à pena de morte. Ai do traficante que fugir da luta, ou que render um policial, o identificar como tal e não o matar. Paga com a vida, em geral após uma sessão de tortura, a desobediência às leis do código penal da traficância. O tribunal do tráfico desconhece a complacência dos tribunais institucionais, como o STF. É implacável.

Esses “soldados”, mal treinados (aliás sem nenhum treinamento) mas bem armados, julgam, como aliás pregam as ONGs como Instituto Igarapé, Viva Rio ou Sou da Paz, que seus modernos fuzis matam sozinhos os policiais que vão desafiar. O resultado é trágico em cada confronto entre traficantes ou, e principalmente, com a polícia (esta sim, bem treinada), como ocorreu no Jacarezinho. Os assassinatos, no Brasil e a cada semana, são próximos de um milhar. A cada semana, morrem assassinadas no Rio de Janeiro, cerca de cem pessoas, a maioria na guerra entre facções do narcotráfico. Quase quatro jacarezinhos por semana, só no Rio, e sob silêncio da imprensa e dos “artistas”.

Barulho, só quando há polícia no meio. Parece que a população pobre subjugada pelo tráfico não importa, para essa elite, que se preocupa apenas com os bandidos e odeia a polícia. É nossa juventude se consumindo num inferno cuja saída ainda não foi encontrada, embora buscada pelo mundo todo. Triste, tristíssimo, mas real, verdadeiro. O que fazer? Cruzar os braços, como querem nossos jornalistas politicamente corretos, que chegam a desejar que mais policiais e menos bandidos morram nesses confrontos? Descriminalizar as drogas, como querem os políticos que concorreram, por suas ações, para que chegássemos à calamidade atual? Como quer também o establishment esquerdista consolidado nestes últimos trinta anos, sem apontar como impedir os traficantes de comandarem cada vez mais áreas do território nacional e impor sua lei? O que fazer?

Foi exatamente o que o mundo livre se perguntou quando Hitler, zombando dos pacifistas, estendeu seus tentáculos por quase toda a Europa e fez girar sua máquina de barbárie. A resposta encontrada foi uma só: combater a barbárie, com todas as armas possíveis. Não a combater seria concordar com alastramento indefinido do flagelo mundo afora.

O tráfico de drogas, com todo o leque de crimes que arrasta com ele, é também um flagelo, uma barbárie, e cresceu muito nos últimos trinta anos, no Brasil todo. Mas o Rio de Janeiro foi a vítima maior, e onde é mais marcante o domínio dos traficantes. Nas favelas, ou “comunidades”, como querem os politicamente corretos, muito preocupados com a linguagem e pouco se importando com a gravidade da situação real, muitas áreas são de domínio total dos marginais. Entrar por engano em uma favela pode significar a morte para um motorista incauto; o contrabando de drogas e armas pesadas corre solto; o consumo de drogas baratas pelos viciados pobres só aumenta, e o comércio da cocaína, droga dos ricos, encontra na licenciosidade e no afrouxamento dos costumes um terreno fértil, onde estão presentes figuras do meio artístico e da mídia. Os rapazes são alistados no exército do crime e as mocinhas são tomadas para o sexo com os chefes do tráfico, nessas “comunidades” dominadas. Já o sistema prisional, mais seriamente que em outros estados, é domínio de uma facção criminosa poderosa e desapiedada. A degradação política do Estado é sem igual, e não só no País. Exemplo negativo de corrupção e descaso para o mundo. Onde um Estado que tem ou teve presos todos seus ex-governadores? Ex-governadores que foram sustentados politicamente por partidos os mais expressivos da República, como PT, PMDB, PSDB, ou inexpressivos, mas extremistas, como PSOL e PC do B? Num cenário como esse, como não ocorrer uma tragédia como a do Jacarezinho?

Tenho o máximo respeito pela polícia carioca, seja ela a Polícia Civil, seja a Polícia Militar. Tenho respeito pela Polícia Federal atuando no Rio de Janeiro. Não é fácil a profissão ali.

Para um policial isolado, nessa cidade insegura, até o lazer pode ser fatal. Surpreendido por bandidos, a única esperança é a de não ser revelada sua condição. Identificado, corre o risco de tortura e morte. O policial, no Rio, tem negado, todos os dias, o devido reconhecimento pelo seu duro trabalho de dar proteção a uma sociedade aterrorizada e inerme.

A “grande imprensa” nega a ele até o direito da verdade, pois é sempre acusado de excessos e violência; as balas perdidas, segundo essa mesma imprensa ideologizada, saem sempre das armas policiais, nunca das armas do tráfico; os policiais são constantemente acusados de racistas e matadores de negros em seus confrontos, um absurdo óbvio, pois não se concebe numa escolha entre a vida e a morte, o policial vá disparar contra o traficante negro e se deixar abater pelo bandido branco. Uma das mais gritantes injustiças da grande imprensa cai sobre os policiais mortos em serviço. Esforçado, esfalfado, apenas razoavelmente remunerado, ou mesmo mal remunerado em comparação com os riscos de seu trabalho, o policial sai de madrugada para a luta (ou para a guerra), após fazer uma breve oração junto à mulher e beijar os filhos ainda adormecidos. Sabe que pode não voltar à sua casa, no final do dia. E não tem a ilusão de que, se tombar, vai receber da imprensa esquerdista o agradecimento por ter cumprido o dever de defender seus semelhantes. Será ignorado, ao contrário dos piores bandidos que enfrenta, e que sempre recebem uma palavra de comiseração do establishment. Sabe que sua família só terá o magro apoio de sua corporação, e nunca a assistência de órgãos de proteção aos direitos humanos, sempre simpáticos aos bandidos, segundo eles vítimas da sociedade, e nunca indivíduos que fizeram sua livre opção pela rentabilidade do crime. Tenho pelos policiais a maior admiração e o mais completo respeito. Pelos policiais do Rio de Janeiro, além disso, a reverência, pois pertencem à raça dos combatentes abnegados.

Por coincidência, escrevo neste 13 de maio, aos 133 anos da abolição da escravatura. Abolição que não chegou ao espírito de quantos, na mídia, nas ONGs ou em qualquer instituição componente dessa elite, difamam, combatem, caluniam e abandonam os policiais cariocas. Os que fazem isso têm a escravidão na alma. São escravos de uma ideologia e aceitam a servidão.