José Roberto Guzzo joga como Pelé e Eliane Cantanhêde joga como Dunga
23 agosto 2020 às 00h00
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Batem em demasia e o presidente continua popular. Porque estão atacando um Bolsonaro que existe só imaginação de seus críticos
A fixação, a verdadeira obsessão que alguns colunistas da “imprensa tradicional” têm em relação ao presidente Jair Bolsonaro está a merecer um profundo estudo freudiano. Principalmente quando se trata de profissionais ligados à Rede Globo, como é o caso de Eliane Cantanhêde e de Miriam Leitão, que quando falam ou escrevem, têm por obrigação acusar o presidente de alguma coisa.
No mais das vezes, essas acusações brotam da imaginação fértil dos jornalistas ou dos slogans esquerdistas brandidos pela militância, sempre saudosa dos governos petistas. Não percebem, mas culpando Bolsonaro de tudo, vão perdendo a credibilidade. E se tivessem a influência que pensam possuir, a aprovação do governo estaria longe de ser a que é. Ou Bolsonaro já teria sido deposto.
No sábado, 15, o “Estadão” trouxe uma das costumeiras diatribes de Eliane Cantanhêde contra o presidente Bolsonaro, com o título de a “Derrota da realidade”. A veterana colunista desfia uma série de acusações contra o presidente, sem qualquer fundamento.
O magnetismo que Bolsonaro exerce sobre Eliane Cantanhêde, pois quase nunca tem outro assunto, pede alguém à altura de Freud para explicar. E quem pode dar uma ajuda é o padre Antônio Vieira, com suas lições sobre os sentimentos humanos, principalmente o Amor e o Ódio.
Mas aconteceu algo interessante. No mesmo dia 15 e no mesmo jornal, o “Estadão”, em que Eliane Cantanhêde publicava seu artigo, o ponderado jornalista José Roberto Guzzo publicou também um texto, com o título de “Arquibancada”. Embora pura coincidência, em muitos trechos, o “Arquibancada” cabe como uma resposta para o furor político da colega, expresso no “Derrota da realidade”. Vejamos alguns trechos, da página de uma e do artigo do outro.
Eliane Cantanhêde começa: “A realidade e os fatos vão para um lado, a popularidade do presidente Jair Bolsonaro vai para o outro, confirmando que a propaganda é a alma do negócio, e que o grande desafio dos governantes em época de eleição não é dar bons exemplos”.
De saída, um ataque, na afirmação de que o presidente, esse incorrigível Bolsonaro (na opinião de Eliane), não dá bons exemplos.
Eis o início do artigo de Guzzo: “Os adversários do presidente Jair Bolsonaro estão fazendo tudo o que podem para garantir sua reeleição em 2022, caso ele seja mesmo candidato… O tempo passa, o mundo gira, as sociedades são agredidas por uma calamidade sanitária sem paralelo na memória recente e as forças que deveriam ser a oposição deste governo continuam cometendo todos os erros necessários para … ficar do lado que perde”.
Segue Eliane, com sua lista de pretensas calamidades: “Não importam os princípios, importa o que bate diretamente no bolso…Também não interessa o desempenho trágico do presidente no combate ao coronavírus, que até aqui já matou perto de 110 mil brasileiros. Como não importam o desmanche do Ministério da Saúde, a disparada das queimadas na Amazônia, o desdém pelo meio ambiente, o abandono da Educação, a exclusão da cultura da pauta nacional e a política externa desastrosa…. Igualmente pouco importa se Bolsonaro assassinou as promessas de campanha e voltou à velha política e ao Centrão”.
Bolsonaro nunca irá para o céu, ao menos na opinião de Eliane, com tantos pecados mortais na consciência. Mas vejamos o que diz Guzzo, na sequência de seu escrito para o “Estadão”: “Churchill costumava dizer que não existe sensação melhor nesta vida do que atirarem contra você e errarem o alvo — e é assim, possivelmente, que os inimigos de Bolsonaro estão fazendo com que ele se sinta. Atiram de todos os lados, sem parar, e não acertam uma. A aposta no vírus foi … uma ideia bichada desde o início, porque fica difícil fazer o público entender que o governo federal tenha culpa numa tragédia que foi administrada com exclusividade por governadores e prefeitos, por decisão do Supremo Tribunal Federal…. Por algum motivo…os adversários vêm insistindo em atacar Bolsonaro por culpas que o homem não tem, em vez de ir atrás das culpas que realmente ele poderia ter… O presidente, nessa balada, é acusado de ser contra os negros, as mulheres, os índios, os gays, os quilombolas, os povos árabes, os estudantes, os professores, a ciência e a quarentena. Dizem que ele incentiva a destruição da Amazônia, prega o ódio…. É condenado por não fazer e por fazer política. A última acusação que lhe fizeram é a de praticar genocídio”.
E segue Eliane, que termina misturando seus desejos com a realidade futura do governo. E fazendo transbordar de razão o jornalista J.R. Guzzo: “Guedes pode ir se preparando. Os gabinetes do ódio (no plural) não atuam só contra críticos e esquerdistas, mas para apagar a verdade e massificar versões e fake News. As pesquisas colhem os resultados. Descobrem, por exemplo, que Bolsonaro nada tem a ver com as 106 mil mortes!!!. Bolsonaro e bolsonaristas vão muito bem. Não se pode dizer o mesmo do Brasil e dos brasileiros”.
Guzzo fecha o seu artigo, e já que ele usa linguagem futebolística, com uma figura de retórica que é um autêntico gol de placa: “… os inimigos do governo não apresentaram, até agora, nenhum fato objetivo, coerente e indiscutível para convencer o cidadão de que algum dos delitos mencionados acima foi realmente cometido. Qual deles? Quando? Como? Onde? Agir desse jeito não é fazer oposição… é só gritaria de arquibancada, que xinga o juiz, mas não muda o placar do jogo”.
Ninguém mais certo nesse quesito do que J. R. Guzzo. A gritaria inconsequente e sem base sólida de tantos colunistas de esquerda tem servido apenas como ofensas de torcida ao juiz e sua progenitora. Alarido que não produz outros resultados senão a rouquidão moral em quem a promove.