“A política externa se tornou uma agressão maciça aos interesses brasileiros.” — J. R. Guzzo, em “O Estado de S. Paulo”, no dia 13 de outubro.

A esquerda brasileira, a nossa sinistra, como toda a esquerda latino-americana, nada esquece e nada aprende, com o correr dos anos. É o segmento social do samba de uma nota só: opressores x oprimidos.

Recentemente, o Exército Brasileiro abriu concorrência pública internacional para aquisição de carros de combate de última geração. Foram vencedores os israelenses, o que não é surpresa, dado o avanço tecnológico de Israel.

Porém, no momento de assinar os contratos, o presidente, aconselhado por seu chanceler de fato, Celso Amorim, resolveu suspender a compra.

O que motivou esse rompimento comercial? O argumento brandido pela dupla Lula-Amorim foi o de que Israel oprime os palestinos.

Sem esquecermos que Israel trava uma guerra com o grupo terrorista Hamas por ter sofrido um sangrento ataque-surpresa, com mortes e sequestros, lembremo-nos de que a diplomacia brasileira é movida, depois que os petistas se aboletaram no governo, não pelo interesse nacional, mas pela ideologia.

Postergaram agora a importância de nossa soberania, do equipamento de nossas Forças Armadas, para agradar a pior esquerda dos dias atuais, a esquerda terrorista. Não digo coisa nova. Reproduzo trechos de um artigo publicado nessa coluna em junho de 2008, década e meia atrás:

“Ao dividir o comando da diplomacia brasileira em três fatias, o Presidente Lula só poderia colher, no “front” externo, o que vem colhendo: seguidos insucessos. De fato, comandam o relacionamento externo nacional, três figuras, das quais apenas duas são profissionais, e mesmo essas não são as mais brilhantes dentro dos quadros do Itamaraty. A primeira, mas não a mais influente, é o Chanceler Celso Amorim.  A segunda é o Secretário Geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães Neto. A terceira, a única não profissional e a mais bizarra nesse contexto, é a do Assessor Especial Marco Aurélio Garcia, que, por ser a mais próxima do Presidente, pode ser a mais influente. Celso Amorim não é propriamente um homem de esquerda, tendo sido, quando embaixador na ONU, até bastante subalterno no trato com os americanos, principalmente pressionando para que o Brasil assinasse o famigerado Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.  Sua função hoje é pouco mais que a de mordomo do Presidente em suas viagens internacionais. E de negociador nos organismos internacionais de comércio. Apesar de sua vontade de agradar a Lula, a ponto de tê-lo designado como “nosso guia”, não se projeta como primeira figura de nossa representação internacional. Já Samuel Pinheiro Guimarães é da tradicional esquerda do Itamaraty e hoje sua proeminência…  Marco Aurélio Garcia não só é de esquerda, mas da esquerda revolucionária, o que ele não faz questão de esconder. Fundador do Foro de São Paulo, que abriga o que há de mais atrasado em crenças ditatoriais, suspeito de ligações bastante próximas com as FARC, sem preparo diplomático, (dizem alguns que sem preparo nenhum) contudo é, dos três, como foi dito, o mais próximo do Presidente, logo o que mais capacidade de influir tem… Essa a política externa de Lula: agradar ditadores africanos para tentar liderar, agradar neomarxistas sul-americanos para tentar liderar, agradar à China para tentar mostrar importância e nada disso conseguir… (junho de 2008).

Morreram Marco Aurélio Garcia e Samuel Pinheiro Guimarães, mas Celso Amorim continua firme e forte, e herdou a tarefa de apontar os rumos errados da diplomacia brasileira, o que faz alegre e constantemente, e que Lula aceita, pois esses rumos condizem com sua visão esquerdista de mundo. Amorim age como chanceler de fato e deixa constrangido o chanceler de direito, Mauro Vieira. Mas o pior é que a política externa de Lula e de Amorim desfalca os recursos de nossa sociedade e constrange o Brasil perante o mundo civilizado. Nos outros mandatos petistas, a Bolívia esquerdista de Evo Morales se apossou das instalações da Petrobrás naquele país, com o consentimento de Lula. Dilma deu de graça e ao arrepio do tratado de Itaipú aumento na tarifa de energia para beneficiar o bispo comunista Fernando Lugo que governava o Paraguai. As obras da Odebrecht em países africanos de esquerda e em Cuba contrariavam todas as normas da boa economia, mas agradavam dirigentes marxistas. Hoje não é diferente, como mostram alguns exemplos:

1      

Atuação brasileira na questão venezuelana: ao contrário da maioria das nações civilizadas, que condenaram o tiranete Maduro pela fraude até grosseira nas eleições venezuelanas e pela repressão impiedosa à oposição, o Brasil não condenou a ditadura vizinha. Lula já havia, no ano passado, recebido em Brasília, com todas as honras, o ditador Maduro, que é investigado por narcotráfico nos EUA, é censurado na ONU por violação de direitos humanos e tem prisão decretada na Argentina.

2

O Governo brasileiro trata com hostilidade Israel, que é o único país democrático de sua região, sofre ataques terroristas e convive com a ameaça constante de aniquilação, desejada pelos antissemitas de todo o Globo. Lula chegou ao extremo de comparar o regime de Benjamim Netanyahu ao regime nazista, ofensa máxima que se pode dirigir a um israelense.

3

É constrangedora a atuação brasileira na guerra Rússia-Ucrânia: Além de não condenar a invasão russa, Lula propôs um acordo de paz em que a Ucrania entregasse ao invasor os territórios invadidos, algo totalmente desarrazoado. E impediu a venda de mísseis brasileiros à Alemanha, temendo que fossem cedidos à Ucrânia.

4      

O Brasil prodigaliza afagos ao Irã, uma das mais rígidas ditaduras hoje existentes no Mundo. O país financia o terrorismo do Hamas, do Hezbollah e compartilha da ideia de riscar Israel do mapa. Ele sim, oprime as mulheres. Na posse do presidente-ditador Iraniano, lá estava o vice Geraldo Alckmin, enviado por Lula e Celso Amorim.

5

São muitas as cortesias com Cuba, exemplo vivo de ditadura. Sem falar no Porto de Mariel, que levou um bilhão de dólares do trabalhador brasileiro, e o programa Mais Médicos, feito para repassar dinheiro nosso à ditadura da ilha, doações de alimentos foram feitas e declarações enfáticas de apoio ao governo de Cuba são frequentes na fala de Lula.

E Lula e Celso Amorim sequer se ruborizam.