Estar preparado e tirar proveito das oportunidades é a receita do sucesso
17 dezembro 2023 às 00h01
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Por experiência própria e por observação, é na puberdade o período da vida em que mais nos preocupamos com o nosso futuro. Neste estágio, em que estamos balançando entre o que desejamos (sonho) e o que acreditamos poder ser (vocação), nos domina o desejo de descobrir o caminho da nossa realização. É um momento de definições. Até a voz nos trai. Ora sai grave, outras aguda.
Nesse período, os sentimentos se sobrepõem à razão. As paixões nos dominam. Tudo está em transição. Os fatos da vida são como cometas — surpreendentes, mas em trânsito. Nesta fase, o que fazer da vida é uma incógnita. É quase um tormento. Poucos já têm definido uma profissão ou escolhido o ou a companheiro/a para a vida.
Uma constante é o desejo comum de destacar-se de alguma forma. Todos temos dentro de nós a semente do ser bem-sucedido, da superação. Por uma questão de sobrevivência, nascemos com equipamento para atrair as atenções. O choro e mesmo espernear ganham as atenções dos pais. Não nos passa despercebido o sermos idolatrados. Somos cultivados na família a ser o centro das atenções. Não por menos somos poços de vaidades.
O tempo trabalha contra nós. Não só corremos o risco de uma possível concorrência de um irmão mais novo como vamos perdendo os encantos infantis. Deixamos de ser novidade. O ápice da insegurança chega com a puberdade. Nem temos mais os encantos dos primeiros anos e nem temos realizações adultas a exibir. O desafio, para manter-nos alvos da admiração, está em decantar uma proposta de sucesso profissional.
Antes, como bebês, bastava um sorriso ou os primeiros passos; agora, como púberes, temos o vigor físico; e no futuro, como adultos, dependemos do sucesso profissional e ou social. O que leva os mais preocupados a tentar descobrir as razões do sucesso. Uns copiam os casos que mais os impressionam, quer seja pelos resultados econômicos ou pelas posições de prestígio e poder. Outros, os mais criativos, tentam decantar ideias novas. Evidentemente, nas escolhas, sempre haverá a influência da própria vocação.
O ingrato da corrida pelo sucesso na vida é o não existir uma receita pronta para fazer vencedores em um terreno em constante mudança.
Ainda que se possa, em uma visão macro, fazer uma primeira escolha entre a economia de mercado e a economia de comando. Na primeira, na economia de mercado, o prêmio é dos que conquistam os consumidores. Na outra, economia estatizada, os premiados serão os que conquistam os donos do poder — o governo.
Em ambas as condições haverá vencedores e vencidos. Os vencedores sempre serão os que estão alertas para as oportunidades. Todos e por toda a vida as oportunidades se apresentam. Estar preparado e tirar proveito delas é a receita do sucesso. A língua inglesa, na sua inigualável capacidade de definir sinteticamente situações, tem na expressão “alertness” esse estado de espírito.
A receita do sucesso, se assim pode se definir, é tirar o melhor partido das oportunidades, quer na política, nos negócios e mesmo no amor. Não há na vida desperdício maior do que as oportunidades perdidas. Os vencedores serão os que melhor proveito tiram das suas oportunidades. Uma vida é rica de oportunidades. Vivemos entre um oceano de oportunidades e um deserto de mentes alertas. Estar alerta, alertness, e não deixar passar as oportunidades é o que diferencia os vencedores dos vencidos. Esta é a receita do sucesso.