Entenda por que o projeto de Javier Milei pode recuperar a economia da Argentina

14 janeiro 2024 às 00h01

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Faz de conta que um grande evento está despertando os apostadores para arriscar um palpite de qual será o país no futuro de melhor crescimento da RPC (renda per capita) e redução da pobreza. As casas de apostas têm filas nas portas. O número de países beira a duas centenas. Há deles nos cinco continentes. Mas dois em especial merecem a atenção: a Argentina e o Brasil.
A Argentina está, no momento, na UTI. Está debilitada e com perspectivas de uma cirurgia de grandes proporções. As esperanças de recuperação são pequenas. O mal alastrou-se por todo o organismo e o paciente resiste ao tratamento. Ainda que o resultado da sua vida desregrada só tenha piorado a sua saúde, mesmo assim será difícil ter o apoio dos seus cidadãos para mudar de vida. Anos de indisciplina viciaram o organismo e fraquejaram a vontade. Há piquetes contra o tratamento. Os viciados não suportam abandonar o vício.
O presidente Javier Milei domina a causa dos males e conhece a solução. Vai além, enfrenta a tudo e a todos com valentia e criatividade. Mostra determinação de estancar a decadência argentina. Acredita que, superada a fase crítica e mais um tempo de adaptação, a Argentina voltará a disputar os primeiros lugares no ranking mundial da RPC e redução dos atuais índices de 40% na pobreza.
O Brasil, no momento, está com a economia sob limitado controle (viva a agricultura), mas, ainda que com doses moderadas, vem seguindo o método de vida que desgraçou a Argentina. Acreditam os nossos governantes no milagre de que tudo se resolve com “vontade política” e que o “tudo pelo social “paga as contas. Mas não levam em conta que a RPC está estagnada há décadas, o que explica o atual nível de pobreza.
A Argentina caiu ao nível de estar de joelhos frente à comunidade das nações. A ponto de vir de pires nas mãos pedir a bênção do vizinho brasileiro. Esgotou o crédito até com o FMI, que a tem como maior devedora. Está na UTI. Chegou lá depois de 70 anos de acreditar que o RPC depende, não do investimento, mas das políticas mágicas dos governos: emissão descontrolada da moeda e endividamento público — cujo resultado é a iminência de uma hiperinflação que trará como consequência uma convulsão social. Uma ditadura certamente será aceita para evitar o estado de anomia devido à quebra da Lei e da Ordem.
O pior dos males poderá ser evitado se o tratamento de choque proposto pelo presidente Milei for levado às últimas consequências. A redução dos custos do governo, equilibrando o orçamento; a desburocratização, dando liberdade ao empreendedorismo; a privatização que terá o efeito de redução dos prejuízos das estatais e a geração de caixa para reduzir o endividamento farão milagres. A Argentina em anos voltará ao pódio mundial, como já foi no passado, com uma das maiores RPC do mundo. Poderá não voltar a ser a campeã mundial, mas deixará de ser um pária entre as nações.
Já o Brasil segue a política contrária. Com a mentalidade da cigarra — de que “gasto é vida” —, aumenta custos do governo, com pressão sobre o endividamento; estimula a burocracia, desestimulando as empresas a gerar empregos; e retornando a estatização de empresas que geram prejuízos e são fonte de corrupção. A privatização livraria o tesouro dos prejuízos das estatais e recuperaria capital para abater os juros que comem a maior parte do orçamento.
A ser mantida a tendência dos dois competidores, Brasil e Argentina, se estivesse na fila de apostas eu jogaria as minhas fichas na Argentina. Certamente o capital internacional faria o mesmo.
Em que quem o leitor apostaria?