Chapa de Marconi está pronta
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PSDB, PP e PSD formam a representatividade da coligação governista
A chapa do principal eixo político atualmente de Goiás, liderada pelo governador Marconi Perillo, está definitivamente alinhavada. Além de Marconi, o vice-governador José Eliton será candidato à reeleição. Para o Senado, o nome do deputado federal e presidente do PSD goiano, Vilmar Rocha, também deverá ser confirmado. Essa é a chapa preferida, e assim anunciada, pelo próprio governador há tempos.
Não foi um processo pronto e acabado desde sempre. No início da formatação, o PTB, do deputado federal Jovair Arantes, se apresentou com disposição para cobrar espaço na chapa majoritária, especialmente para a vice-governadoria. Nas últimas semanas, a possibilidade de o deputado federal Ronaldo Caiado, do DEM, voltar a integrar a chapa do eixo governista como candidato ao Senado foi discutida, e posteriormente descartada.
O PTB é um dos grandes parceiros na construção do grupo que vence as eleições no Estado desde 1998, antes mesmo de Jovair Arantes assumir o comando do partido. A afinidade política entre Jovair e Marconi vem desde os tempos do governo de Henrique Santillo (falecido), de 1986 a 1990. Eles sempre estiveram juntos.
No caso das articulações em torno da candidatura de Ronaldo Caiado na chapa da aliança governista o processo foi intenso, rápido e está aparentemente finalizado. Ninguém tem qualquer dúvida sobre o grande potencial de votos do líder democrata, mas internamente, o preço a ser pago para a recomposição de Caiado com a aliança seria demasiadamente caro. O problema, porém, permanece.
A maior encrenca é, sem dúvida, o constante movimento de Caiado dentro do contexto político da aliança governista. Desde 2000, nas eleições municipais, registram-se idas e vindas. Em 2010, um acordo fechou a coligação regional PSDB/DEM no último minuto do segundo tempo. Além dessas movimentações, a absorção de sua candidatura ao Senado exigiria uma mexida completa na chapa, com exceção, é claro, do governador Marconi Perillo como candidato à reeleição.
Caiado seria o candidato ao Senado, e isso afastaria a candidatura de Vilmar Rocha, fiel escudeiro da aliança desde a sua formatação, em 1998. Em seguida, o próprio Vilmar seria deslocado para uma inédita candidatura a vice-governador, empurrando assim o atual vice, e preferido para o cargo pelo próprio Marconi, José Eliton, para uma candidatura a deputado federal. Ou seja, seria necessário mexer no time praticamente todo para abrigar a candidatura de Caiado ao Senado.
É óbvio que uma operação desse tamanho gerou discussões internas em todas as alas. Discretamente, as principais lideranças estaduais do PP se movimentaram pela manutenção de José Eliton, presidente regional do partido, como candidato a vice-governador. Ao mesmo tempo, o PSD, também discreta e diplomaticamente, manteve a reivindicação sobre a candidatura de Vilmar ao Senado. Até no PSDB, fiel ao governador Marconi, houve resistências.
Paralelamente a tudo isso, declarações de Caiado a respeito de uma possível candidatura ao Senado na chapa liderada pelo governador Marconi Perillo acabaram repercutindo pessimamente em vários setores de comando interno da aliança. Caiado, mais de uma vez, disse que iria trilhar caminho independente na campanha, e não numa linha de atuação eleitoral conjunta com a chapa. Isso azedou de vez os humores até de setores que não tinham se manifestado anteriormente, e se mantinham indecisos.
Nesse processo todo, o governador Marconi Perillo se manteve o tempo todo discreto, e muito mais espectador do que protagonista. É óbvio que sempre caberá a ele a decisão final, mas ele jamais revelou, ao menos publicamente, qualquer disposição de entrar nas negociações principais ou, ao menos, de aceitar discutir a chapa que ele sempre disse preferir. Deixou nas mãos das lideranças da aliança.
Há, obviamente, setores que apesar dos pesares ainda defendam a composição que abrigue a candidatura de Ronaldo Caiado na aliança liderada pelo governador. O único argumento desse pequeno núcleo, porém, é o enorme e reconhecido potencial de votos do democrata. É realmente um forte argumento, reconhecem internamente todos os setores, mas o preço é impagável.
Contra a argumentação dos votos, que visaria o vice-governador José Eliton diretamente, e Vilmar Rocha em segundo plano, encontra-se uma questão de fundo na escolha dos candidatos a vice-governador. Ao contrário do que diz a lógica popular imediata, não é a possível agregação de votos pessoais que credencia candidaturas a vice. A principal função de um vice na composição de alianças é agregar partidos e evitar disputas que possam interferir na saúde da coesão interna.
Nesse sentido, quem poderia exercer com mais objetividade esse papel se não o atual vice-governador José Eliton? Ele agrega partidos sem gerar desconfianças nem ciúmes, além de inibir qualquer forma de disputa interna entre os demais partidos membros da aliança.
Para fechar o cerco de virtudes, Eliton é o preferido do próprio Marconi, que inúmeras vezes tem delegado a ele papel político, como nos encontros regionais dos partidos aliados.O governador demonstra claramente que gosta de seu vice-governador e, mais do que isso, aprova o desempenho dele na defesa do projeto de governo da própria aliança.
Somando tudo, a conclusão é que a chapa de Marconi está concluída e somente aguarda junho, mês das convenções, para ser sacramentada. Somente um vendaval político sem precedentes poderá ainda retirar José Eliton e Vilmar Rocha da chapa de Marconi. Portanto, esse é o time escalado para a disputa.