Pesquisa revela como é o cérebro de um bebê antes e após o nascimento
07 dezembro 2024 às 17h42
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Pesquisadores da Universidade de Nova Iorque realizaram uma análise detalhada de 184 imagens cerebrais obtidas por meio de ressonância magnética de 140 fetos e crianças. O estudo, que abrange desde o período fetal até a infância, revela informações inéditas sobre as mudanças no cérebro de um bebê antes e após o nascimento.
A gestação humana costuma durar cerca de 40 semanas, e um estudo recente analisou o cérebro de bebês em um período que vai de 15 semanas antes do parto até 15 semanas após o nascimento. Durante a pesquisa, os cientistas descobriram que os neurônios dos bebês já começam a se organizar e a se desenvolver bem antes do nascimento, com mudanças significativas acontecendo após o parto.
Após o parto, algumas regiões do cérebro do bebê tornam-se significativamente mais ativas, especialmente a rede sensório-motora. Essa área é fundamental para o desenvolvimento da coordenação motora e para o processamento de estímulos externos, como sons e imagens. Além disso, outros aspectos do cérebro também passam por alterações cruciais, preparando o bebê para interagir com o ambiente ao seu redor.
Desafio
Os pesquisadores, liderados por Lanxin Ji, passaram mais de dez anos reunindo neuroimagens de bebês, utilizando ressonâncias magnéticas para medir indiretamente a atividade cerebral, monitorando o fluxo sanguíneo oxigenado no cérebro. Porém, um desafio surgiu, já que para realizar a ressonância, os bebês precisavam ficar imóveis, o que era impossível no útero.
Para resolver isso, os cientistas usaram uma bobina magnética macia colocada na barriga das gestantes e técnicas, incluindo algoritmos de aprendizado de máquina, para minimizar os efeitos do movimento fetal.
Embora houvesse diferenças na atividade cerebral entre a vida intrauterina e após o nascimento, foi observado que a comunicação entre os neurônios melhorava gradualmente após o nascimento. Inicialmente, os bebês não tinham redes neurais suficientemente refinadas para realizar atividades complexas, mas os pesquisadores acreditam que o cérebro ainda estava eliminando conexões desnecessárias.
Uma descoberta inesperada foi a maior atividade na rede frontal superior, que está associada a habilidades cognitivas, como a memória de curto prazo. Isso contradiz a ideia de que o lóbulo frontal só se desenvolve mais tarde, sugerindo que mais pesquisas são necessárias para entender esse fenômeno.
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