Poemas

Aleksandr Ieriomenko acabou no centro das discussões literárias ainda na metade da década de 1980. Dono de um estilo cético, jocosamente envenenado

Abilio Wolney Aires Neto é Juiz de Direito, professor, autor de 15 livros, mestre em Direito, graduando em história e filosofia e calouro de Jornalismo

Poeta e artista visual Adriana Oliveira versa sobre o amor em projeto intermídia disponível em audiolivro, e-book e livro impresso

Caro amigo / ouvi dizer / que você quer sacrificar / a perfeição deste silêncio / por um punhado de lágrimas

O quadro, comandado por Michel Teló, foi uma grande sacada da TV Globo e deve se repetir mais vezes nos próximos anos
[caption id="attachment_104470" align="aligncenter" width="620"] Cantor Michel Teló esteve à frente do quadro "Bem Sertanejo"[/caption]
Chega ao fim a terceira temporada do quadro “Bem Sertanejo”, comandado pelo cantor Michel Teló no Fantástico da TV Globo. As histórias, entrevistas e canções com grandes nomes da música sertaneja alavancaram ainda mais a audiência do programa dominical e contabilizaram milhões de visualizações nas redes sociais.
Essa é uma prova concreta que o sertanejo é o gênero musical mais popular do Brasil, conquistando por isso, grande espaço na mídia. Conhecido até em outros países devido ao estouro do “Ai se eu te pego”, Michel Teló já é figura carimbada na música e na televisão. O cantor esbanja carisma em programas como o The Voice Brasil e agora no Fantástico.
Nesta terceira temporada, o Bem Sertanejo viajou num “food truck” pelos estados brasileiros que influenciaram e ainda influenciam o sertanejo. São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Tocantins, Mato Grosso do Sul e claro Goiás, tiveram destaque no quadro. Michel Teló bateu papo sobre vida, carreira e música com grandes ícones como Almir Sater, Bruno, Chitãozinho e Xororó, Leonardo, Zezé di Camargo, Jorge, Renato Teixeira, Sérgio Reis e Luan Santana. E ainda teve pratos típicos de cada região ao final de cada gravação.
Em Goiânia, talvez um dos melhores episódios desta temporada, o quadro foi gravado no Memorial do Cerrado, um dos pontos turísticos da capital. Michel Teló encontrou as principais vozes sertanejas do estado: Zezé di Camargo, Leonardo, Bruno (da dupla com Marrone) e Jorge (da dupla com Mateus). No cardápio, galinhada com pequi e doce de leite goiano.
O projeto rendeu até um DVD, gravado em Curitiba no início do ano. No trabalho, Michel Teló canta com feras como Maiara e Maraísa, Jorge e Mateus, Marília Mendonça e Luan Santana. O repertório contou com vários clássicos da música sertaneja como “Menino da Porteira”, “Chico Mineiro”, “Estrada da Vida”, “Fio de Cabelo” e “Pense em Mim”, além de dez músicas inéditas.
O fato é que o quadro foi uma grande sacada da TV Globo e deve se repetir mais vezes nos próximos anos. Por um lado é bom ver o estilo ganhando cada vez mais espaço e respeito em todos os cantos do Brasil.

Se você quer ouvir, com os amigos, música sertaneja de qualidade, com grandes sucessos do passado e com boas músicas inéditas, o novo disco da dupla é a dica perfeita
[caption id="attachment_103436" align="aligncenter" width="620"] Dupla Cleber e Cauan[/caption]
Quem é que não curte um “voz e violão”? Na festa com os amigos, em casa com a família, nas famosas “resenhas”. E é justamente esse o título do novo trabalho da dupla Cleber e Cauan. Os rapazes que já vinham há alguns anos emplacando sucessos, agora conquistam de vez um espaço no disputado mercado sertanejo.
Como o próprio nome já diz, o projeto, gravado ao vivo no “Deu Praia”, em Goiânia, reproduz o clima das resenhas e cantorias, preservando o formato “voz e violão”, principalmente. Este é um dos vários projetos de grandes duplas que vem sendo lançados com esse formato nos últimos tempos, sempre com grande aceitação, o que mostra que o “voz e violão” voltou com tudo.
O projeto acaba de ser lançado na íntegra nas plataformas digitais e já pode ser conferido também no Youtube. O disco mescla regravações de grandes hits sertanejos da década de 90 com algumas canções da dupla, inclusive o sucesso “Quase”, um hit já em várias regiões do Brasil. Traz ainda as participações de Fernando Zor, Thaeme e Thiago, Gian, André e Andrade, Israel e Rodolffo e Tribo da Periferia.
Donos de um carisma próprio, Cleber e Cauan se conheceram ainda na infância, no interior de Goiás. Cleber canta profissionalmente desde os 8 anos de idade, já teve duas duplas e se apresentava em rádios e festas goianas. Já Cauan cantou ao lado da irmã por anos em festivais e eventos locais, mas apenas por hobby. Ambos seguiram seus caminhos. Cauan se formou em Direito, chegou a ser funcionário público do Estado de Goiás, mas nunca abandonou a música, que sempre foi seu maior objetivo de vida. Já Cleber, estudou Publicidade por alguns semestres, e sempre trabalhou no ramo fonográfico. Com 7 anos de carreira, a dupla tem vozes bonitas que combinam bem com canções dançantes e também românticas.
Se na sua resenha com amigos, você quer ouvir música sertaneja de qualidade, com grandes sucessos do passado e com boas músicas inéditas, o novo disco de Cleber e Cauan é a dica perfeita.

A dupla já teve composições gravadas por estrelas como Zezé Di Camargo e Luciano, Bruno e Marrone, Daniel, Rionegro e Solimões, e Rick e Renner

O repertório rico repleto de hits que cada dupla tem faz valer a pena comprar e assistir o show, que verdadeiramente é um “clássico” da música sertaneja

Bruno tem uma afinação perfeita e uma extensão vocal enorme. É um grande intérprete e compositor. Marrone canta e muito bem e é com acordeonista

Marília Mendonça, uma das compositoras que mais arrecadam direitos autorais, é talentosa. Maiara e Maraísa mostram que cantar e compor bem não têm a ver com estética

Não se pode ignorar um estilo musical, como o sertanejo, que arrasta multidões e que movimenta bilhões de reais por ano na economia brasileira. Gosto é opcional, respeito é obrigação
[caption id="attachment_97794" align="alignleft" width="620"] O sertanejo, gênero musical que move milhões de pessoas, não pode ser deprezado[/caption]
Estreamos essa coluna falando de preconceito. Todos já ouviram falar bastante a respeito do preconceito racial, do preconceito de gênero, do preconceito social, do preconceito religioso, etc. Nesta sociedade maluca em que vivemos, o que não falta é preconceito. Uma das definições mais assertivas deste vocábulo é a de “sentimento hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio; intolerância”. Mas, como o nosso assunto aqui é música, falemos então sobre o preconceito musical.
Não é segredo para ninguém que a música sertaneja foi e ainda é alvo de discriminação. Confesso minha estranheza em relação à tamanha resistência dos chamados formadores de opinião. Ou a tentativa de rotular a música sertaneja como brega. Ou ignorar o “Sertanejo Universitário” que arrasta multidões. Sim, a música sertaneja sofre preconceito. Ao diagnóstico cabem perguntas: por que o preconceito acontece? Quais os critérios? O que motiva alguns a terem repulsa aos músicos que ganham milhões com festas de rodeio e shows que faturam milhões?
Lembro-me que na minha adolescência, no final dos anos 90 e início dos anos 2000, ser jovem e gostar de música sertaneja era motivo de chacota no colégio. Isso antes da explosão do chamado “Sertanejo Universitário” em 2006. Aliás, uma das grandes conquistas dessa variação do gênero foi rejuvenescer o público da música sertaneja no Brasil.
A música é ruim? Desculpe, é um critério muito subjetivo. O que pode ser bom para um é terrível para outro. Além disso, Nelson Rodrigues já dizia que toda unanimidade é burra. Generalizar também é um erro. Alguém pode contestar: “Ah, mas as letras são pobres”. Isto também é um critério individual. Já que falamos no grande dramaturgo, na literatura, por exemplo, tem gente que considerava Nelson Rodrigues um gênio e outros tachavam de um libertino, um velho que falava dos mesmos assuntos de modo indevido. E se todos levassem apenas uma opinião, uma corrente em consideração?
É claro que tem muita coisa sem qualidade no sertanejo. Mas também tem música ruim no pop, no rock, na MPB, no samba, etc. Tem artista bom e ruim em todos os estilos musicais. Tem profissional bom e profissional ruim em todas as carreiras. Não se pode ignorar um estilo musical que arrasta multidões e que movimenta bilhões de reais por ano na economia brasileira. Gosto é opcional, respeito é obrigação!